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quinta-feira, 13 de maio de 2010

MTST promete casas do
 Governo  a invasores

Manaus - Um esquema de distribuição de casas aos desabrigados do parque São Pedro foi descoberto  pelo EM TEMPO. Membros do Movimento dos Trabalhadores sem terra (MTST) oferecem imóveis do governo do Estado, por meio de fichas, para pelo menos 40 famílias que estão há 63 dias alojadas em barracos improvisados, atrás da antiga invasão. A superintendência de Habitação e Assuntos Fundiários do Estado (Suhab) nega qualquer envolvimento com a promessa.
Há 30 dias, conforme relatos dos moradores, membros do MTST visitaram o local, se reuniram com os desabrigados, distribuíram senhas e garantiram que conseguiriam, por meio do governo do Estado, casas para todos.
A doméstica Silvana da Conceição, 48, é uma das moradoras que aguarda uma solução para o problema de moradia. Ela confirmou que a senha distribuída era para receber casas. “O pessoal do MTST veio aqui e deu essas senhas de noite, para todas as famílias”, afirmou. Essas senhas continham uma numeração, e o nome do movimento MTST.
De acordo com o dirigente nacional do MTST no Amazonas, Júlio César Souza, as senhas são apenas um cadastramento feito pelo movimento para reivindicar, perante o governo, alguns imóveis. “Nós já fizemos isso na invasão do Piorini, e deu certo. Mas nossa intenção é apenas reivindicar ajuda junto ao poder público”, explicou o dirigente. No entanto, não foi assim que os desabrigados receberam a informação. Segundo eles, a promessa do MTST é a garantia de casa para cada uma das 40 famílias que ainda se encontram em uma rua estreita atrás da antiga invasão parque São Pedro 2.
Miséria
Quem chega a área onde estão hoje alojadas as famílias retiradas da invasão Parque São Pedro 2 encontra um corredor de miséria. No local, a primeira vista é notável a falta de condições para a sobrevivência.
Após mais de dois meses, os moradores ainda habitam casas de no máximo dois metros quadrados, feitos de pedaços de madeira, papelão e lâminas de alumínio amontoadas, sem oferecer nenhum tipo de segurança. Além disso, não há qualquer tipo de serviço público, como por exemplo, saneamento básico.
Cadastramento
A Suhab informou, por meio da assessoria de imprensa, que as famílias retiradas do parque São Pedro foram todas cadastradas pelo próprio órgão e as informações foram passadas ao governo do Estado. A superintendência espera uma resposta para poder começar ou não a integrar essas famílias em programas habitacionais.
Indígenas aguardam solução
Na reintegração de posse da área, dentre os invasores, estavam 78 famílias indígenas que foram encaminhadas para os órgãos responsáveis, como Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e a Fundação Nacional do Índio (Funai). Hoje, 63 dias depois, cerca de 30 famílias ainda habitam o prédio anexo do órgão.
Segundo o gerente de Articulação do Índio na Cidade da Seind, esse número deve aumentar. Isso porque muitos ainda estão no processo de reconhecimento de etnia, com a retirada do Registro de Nascimento Indígena.
De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, a conclusão do processo é demorada, pois além de todo o levantamento histórico da pessoa, o técnico da Funai ainda precisa ir até o local onde está cada tribo para fazer o reconhecimentos. Muitos desses lugares são de difícil acesso. Somente após esse levantamento é que os índios poderão ser incluídos nos programas de habitação.
Reintegração ocorreu há mais dois meses
A Ação de retirada das famílias da terra no parque São Pedro 2, aconteceu no dia 9 de março. O fato aconteceu com muito tumulto deixando até duas pessoas feridas, entre elas um policial.
A ocupação pela Polícia ainda continuar por ou cinco dias para impedir que os invasores retomassem a área. Os indígenas foram levados pelos órgãos indígenas responsáveis, mas muitas famílias, alegando não ter para onde ir acamparam na encosta do muro que foi construído ao redor do terreno. As moradias dessas pessoas foram feitas todas com material improvisado, e estão até hoje do mesmo jeito.(Emtempo)



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