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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Roteiro eleitoral de presidenciáveis
 ignora o Norte do Brasil

S.Paulo - Nem o fato de uma acriana disputar a eleição presidencial ajudou os Estados do Norte do país a receber mais atenção dos três principais candidatos deste ano. Desde o começo da pré-campanha, em abril, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), somados, viajaram apenas quatro vezes à região, sendo que a candidata petista não foi nenhuma vez ao Norte. Ao mesmo tempo, Minas, Estado considerado chave para a eleição, já recebeu ao menos 22 passagens dos três presidenciáveis -o mesmo volume de deslocamentos para o Rio de Janeiro. Entre os Estados, São Paulo lidera o ranking, com 37 dias de campanha de Serra, Dilma e Marina.
O levantamento da Folha levou em conta todas as viagens nacionais desde o início da pré-campanha, em abril, até a última terça-feira. Eventos dos candidatos nas bases de seus comitês foram excluídos da conta, já que não há deslocamentos: Serra e Marina, em São Paulo, e Dilma, em Brasília. Apesar de a região amazônica ser um dos principais temas brasileiros, os Estados do Norte, juntos, seriam apenas o quarto maior colégio eleitoral do país. Com quase 10 milhões de eleitores, a região aparece atrás de três Estados (SP, MG e RJ). Nascida em Rio Branco (AC), Marina teve agenda de campanha no Norte em abril, quando foi a uma terra indígena de Roraima para o Dia do Índio, e em junho, em Belém (PA). Serra foi à festa folclórica de Parintins (AM), em junho, e fez campanha no final de julho em Palmas (TO).
Procurados, líderes partidários de Estados do Norte não reclamam da falta de atenção, mas torcem por mais viagens para ajudar nas campanhas regionais. A coordenação nacional de campanha de Dilma, por meio de sua assessoria, disse que o "foco da campanha neste momento" são os Estados de Sul e Sudeste. Informou ainda que a candidata irá ao Norte, mas ainda não há data marcada. A direção de campanha de Marina disse que o Norte é considerado prioritário para ela, já que foi onde a candidata "emergiu politicamente". Falou ainda que não há uma opção de privilegiar outros Estados e que ela irá mais vezes à Amazônia. Procurada, a assessoria da campanha de Serra não se manifestou.(Folha)

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