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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Empresa que constrói "camelódromo" questiona embargo

Manaus - Laudo da Antaq aponta que obra impede a visibilidade do Rio Negro e do prédio da Alfândega de Manaus
Após a Justiça Federal determinar no ultimo dia dois de agosto o embargo das obras de construção do shopping popular provisório, Road Way, no Porto de Manaus, conhecido como ‘camelódromo’ o grupo Uai, responsável pelo empreendimento tenta chegar a um acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM). A obra está orçada em R$ 8 milhões e abrigará 1,7 mil vendedores ambulantes.
A paralisação do camelódromo foi feita com base no laudo elaborado por arquitetos da Antaq. O laudo aponta que a construção do shopping impede a visibilidade da orla do Rio Negro e do prédio da Alfândega de Manaus. Segundo a Antac, a irregularidade gera prejuízos ao patrimônio histórico da cidade.
O diretor do grupo Uai, Elias Tergilene, disse que a obra foi discutida durante mais de um ano com representes dos camelôs, órgãos do comércio, Prefeitura e Instituto do Patrimônio Histórico do Amazonas (IPHAM). De acordo com ele, o projeto foi aprovado por todos os órgãos envolvidos.
“Não dá para entender como uma entidade que nunca se manifestou e aparece há menos de 40 dias da inauguração do empreendimento e embarga a obra. O laudo foi feito após a construção do shopping, por pessoas que desconhecem a realidade do local. Todos os órgãos envolvidos aprovaram o projeto”, disse Elias.
Com o embargo da obra, os camelôs que se preparavam para se mudar para o novo espaço no mês que vem, estão preocupados com o rumo que a história possa ter. A camelô Socorro Freitas indignada diz que o ‘camelódromo’ vai trazer conforto e legalidade para os ambulantes.
“Por muitos anos fomos descriminados, por trabalharmos ilegalmente, agora que temos a chance de melhores condições de trabalho tentam acabar com isso, um absurdo”, reclamou Socorro.
O sindicato dos camelôs de Manaus deve se reunir com os trabalhadores ainda esta semana para decidir o que será feito para recorrer à decisão.
O reinício das obras do shopping popular não tem data marcada, enquanto isso, trabalhadores e a empresa responsável devem apelar também para o governo municipal.
Prefeitura
Em abril deste ano, o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM) já havia recomendado que a Prefeitura de Manaus suspendesse qualquer procedimento para a instalação do ‘Camelódromo’ no Porto de Manaus e no prédio em ruínas da Booth Line, tombado pela União e Estado, no Centro.
A Prefeitura de Manaus considera o ‘Camelódromo’ como saída para reorganizar o passeio público do Centro de Manaus que é ocupado, irregularmente, pelos vendedores ambulantes.
Segundo o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), o shopping popular provisório, o ‘Camelódromo’, deve abrigar cerca de 2,3 mil vendedores, numa área de 15 mil metros quadrados do Porto de Manaus. (Ana Paula Sena - Manoreporter)



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