DENGUE E MALÁRIA
DIMINUEM NO PROSAMIM
Manaus - Os números da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) apontam que as doenças hídricas diminuíram, de 2005 a 2010, na Bacia do Educandos, a primeira a receber as obras de urbanização do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). Os dados são da coordenadoria do órgão estadual e foram divulgados na última sexta-feira, 30, com a constatação de que os casos de dengue, hepatite, leptospirose e malária caíram significativamente nestes primeiros cinco anos de implantação do Programa.
“No bairro da Cachoeirinha, o primeiro contemplado com ações do Programa, quando o mesmo ainda estava em fase embrionária, a dengue reduziu, nos últimos cinco anos, de 31 para 12 casos. No mesmo local, não houve registro de hepatite este ano. O vírus, em 2005, infectou 14 pessoas”, estima a coordenadora de projetos ambientais do Prosamim, Jane Crespo.
Já na área central de Manaus, que ganhou, em 2007, o Parque Residencial Manaus, substituiu as antigas palafitas por casas padronizadas e condições insalubres por saneamento básico, reduzindo o número de casos de dengue, por exemplo, de 52 para 10 registros. A hepatite do tipo A teve queda de 21 para apenas um registro.
A subcoordenadora ambiental observa, ainda, que em algumas doenças foi detectado um pequeno acréscimo. Segundo ela, este tipo de dado está sendo analisado, pois as evoluções podem estar relacionadas à migração de famílias entre bairros e nem sempre representam, portanto, aumento de casos.
O coordenador da Unidade de Gerenciamento do Prosamim (UGP), Frank Lima, admite que antes do Prosamim era fácil à proliferação de doenças nas áreas onde atualmente estão instaladas as casas padrões em razão da ocupação desordenada dos igarapés. “Além disso, as fossas das precárias construções caiam diretamente nos braços de rio. Hoje a situação mudou porque, além da urbanização, fazemos trabalho de conscientização e orientação para manutenção de higiene nos espaços ocupados pelos beneficiários do Programa”, justifica Lima.
O diretor presidente da FVS, o infectologista Bernardino Albuquerque relata que, com a drenagem dos igarapés nos bairros de abrangência do Prosamim, houve diminuição dos vetores que potencializam doenças como a dengue e malária. “E não só isto. O menor contato do homem com a água contaminada fizeram despencar os casos de leptospirose e hepatite”, exemplifica o médico.
Áreas recuperadas servem para o lazer
Na Colônia Oliveira Machado, Zona Sul, a antiga rua 13 de maio, conhecida por ter sido uma das áreas mais violentas da cidade, com a implantação do Programa se transformou em um lugar de diversão para famílias. No Educandos, Zona Sul, aproximadamente 200 jovens se divertiram, ontem, soltando pipas. De acordo com o vendedor ambulante, Valdinei da Silva Oliveira, 27, que vende pipas há 15 anos em frente ao Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) do bairro, com a criação do Prosamim a área ficou mais agitada, porém segura. “Antes, as crianças corriam pelo meio da rua. Agora com tudo gramado, fica mais fácil para brincar e para vender”, disse. Na avenida Brasil, Zona Oeste, a inovação fica por conta das linhas. Com ou sem cerol, as linhas tornaram-se coloridas. No local são comercializadas linhas com cerol azul, verde e rosa, linha escolhida pelas mulheres que também podem ser vistas em grande número entorno da avenida.
Para a estudante Sâmara Correa, 16, não há competição entre homens e mulheres. Ela disse que todos se divertem e viram até amigos. “Solto pipa aqui (no entorno da avenida Brasil) há dois anos e nunca fui desrespeitada pelos homens. Pelo contrário, até brinco melhor que eles”, disse a jovem.
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