Manaus - O microempresário Raphael Souza, filho do deputado estadual Wallace Souza (PP), preso há um mês por associação ao tráfico de drogas e porte ilegal de armas, foi denunciado pelo assassinato de Cleomir Pereira Bernadino, o Caçula. Ele foi morto com 17 tiros de pistola 380 no dia 15 de janeiro de 2007.
A denúncia partiu dos promotores do Ministério Público Estadual (MPE), Fábio Monteiro, Alberto Rodrigues Nascimento Júnior e Ronaldo Andrade que fazem parte da força-tarefa que investiga a organização criminosa.
Além de Rafael Souza, também foram denunciados de participação no crime, Moacir Alves da Costa, "O Moa" e Mário Rubens, o motorista do deputado Wallace Souza.
De acordo com o promotor Fábio Monteiro, há provas suficientes para a denúncia, apuradas a partir do primeiro inquérito concluído pela Polícia. Ele falou que as testemunhas que trabalham com o deputado, ouviram do próprio Wallace que Raphael seria o assassino.
Segundo Monteiro, a juíza Goreth Terças declarou em depoimento que também ouviu de Raphael que ele seria o assassino e que as armas utilizadas no crime pertenciam a ele.
As investigações também concluíram que o carro utilizado pelos três acusados foi identificado junto a uma locadora de carros. Segundo o promotor eles teriam alugado o carro para praticar o crime sem deixar pistas.
O corpo de "Caçula" foi exumado no dia 8 de maio, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Tarumã, Zona Oeste, sendo a primeira de três exumações realizadas a pedido da Força-Tarefa, que investiga as denúncias de Moacir Jorge Pessoa da Costa, o "Moa". Ele acusa Raphael e o deputado Wallace Souza de comandarem um grupo criminoso que praticava homicídios e tráfico de drogas.
Exame de balística revelou que os projéteis encontrados no corpo da vítima saíram de arma encontrada com o grupo criminoso ligado a Raphael Souza.
No primeiro depoimento de Moa, ele deu detalhes sobre o endereço onde Caçula foi morto e disse que o traficante teria sido assassinado porque fornecia drogas para um irmão do deputado Wallace Souza. Ele disse ainda que o crime teria sido vingança pela morte do tio de Raphael.
O Promotor Fábio Monteiro informou que um juiz vai analisar a denúncia e a partir do despacho dessa análise, começara o processo formal, quando será marcada uma audiência para ouvir as testemunhas e os acusados. Se o juiz constatar que a denúncia procede, de acordo com as provas apresentadas, o parecer será enviado para o tribunal do júri, onde os acusados serão julgados por sete jurados.
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