MANAUS – A medição do nível do Rio Negro realizada hoje (22), pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em Manaus, mostrou que as águas subiram apenas um centímetro na madrugada de hoje, mas a marca já chega aos 29,65 metros, apenas 4 centímetros abaixo da marca de 1953, ano da cheia recorde registrada na cidade.
Segundo o superintendente do CPRM no Estado, Marco Antônio Oliveira, a tendência para os próximos dias ainda é de subida, já que o Rio Solimões continua represando o Rio Negro. “A média diária de subida baixou para 1 a 2 centímetros por dia, sinal de que a cheia está se estabilizando, mas tudo ainda depende da quantidade de chuvas”, destacou.
Nas áreas alagadas, passarelas de madeira são usadas no acesso dos moradores. Onde elas ainda não foram construídas, o jeito é entrar na água. “Venho com calção de casa, com minha roupa pendurada. Tenho um amigo que mora ali em cima. Troco de roupa na casa dele e vou trabalhar. Na volta, faço a mesma coisa”, diz o porteiro Luiz Carlos Freitas.
Ao todo, 18 mil pessoas foram atingidas pela cheia na capital do Amazonas, segundo números da Defesa Civil do município. Poucas famílias aceitaram ir para abrigos, apesar das casas estarem inundadas. “Deveríamos tirar, no máximo, 70 pessoas. Mas elas não querem sair do local”, afirma o agente da Defesa Civil Antônio Batista.
Em uma das principais áreas de lazer da cidade, as praias sumiram com a cheia. A água invadiu a rua. Os rios transbordaram e carregam lixo para dentro das casas.
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