Pequenos fabricantes do interior do país descobriram um lucrativo nicho dentro do vasto mercado de cerveja no Brasil, que produz mais de 10 bilhões de litros ao ano e disputa a terceira posição mundial com a Alemanha: o segmento de cervejas especiais.
Neste mercado, a bebida é produzida em pequenas quantidades e com matérias-primas diferenciadas, com o objetivo de satisfazer um público disposto a pagar mais por um produto feito fora das grandes linhas de produção.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Enio Rodrigues, existem 110 microcervejarias operando oficialmente no país. Pequenos empresários que investem neste segmento dizem que esperam vendas até 50% em 2009, em relação ao ano passado.
As fábricas são de pequeno porte, na maioria familiares, e produzem cervejas para serem bebidas em quantidades menores, por consumidores que apreciam os diferentes sabores proporcionados pela bebida. Neste segmento, uma garrafa pode sair por até R$ 30
Segundo Álvaro Nogueira, do Centro de Tecnologia em Alimentos e Bebidas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio de Janeiro (Senai-RJ), calcula-se que o mercado de cervejas "premium" no país cresça, em média, 15% ao ano, ou três vezes mais que o setor destinado ao grande varejo.
Para abrir uma cervejaria, o investimento varia de acordo com o grau de automação que o pequeno empresário pretender imprimir à produção. Segundo o Sebrae, serviço que fomenta as pequenas empresas, o investimento inicial em equipamentos fica em aproximadamente R$ 130 mil.
Mas Nogueira, do Senai, diz que o valor é maior para uma emrpesa preocupada com um envase profissional, que garante mais qualidade ao produto. Neste caso, diz ele, o investimento pode chegar a R$ 300 mil.
O Senai-RJ trabalha com microcervejarias, ajudando tanto na montagem da estrutura industrial quanto no desenvolvimento da bebida. A instituição também criou o curso de técnico cervejeiro, profissional responsável por garantir que a receita criada pelos mestres na bebida – com diferentes quantidades de cevada, trigo, álcool e outros ingredientes – seja reproduzida em larga escala na medida certa.
O mercado "premium" representa hoje cerca de 4,5% do faturamento do setor de cerveja no país. Dentro desse segmento, de alto valor agregado, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin, as microempresas têm cerca de 50% de participação.
O crescimento das cervejas especiais, que já está acelerado, tende a aumentar nos próximos anos, na avaliação dela.
Nos últimos anos, "gigantes" do setor de bebidas reconheceram a importância das cervejas especiais. A Schincariol, por exemplo, comprou a Baden Baden, a Devassa e a Eisenbahn, que antes eram "independentes" e líderes no segmento.
“A tendência é que as pessoas se interessem mais (pelas cervejas especiais) com o aumento do acesso à informação sobre o produto”, diz Cilene. “São produtos voltados ao apreciador de cerveja, aquele que não bebe somente em volume, para se refrescar.(Fonte G1)
sábado, 27 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário