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sábado, 27 de junho de 2009

Cervejas especiais ampliam mercado

Pequenos fabricantes do interior do país descobriram um lucrativo nicho dentro do vasto mercado de cerveja no Brasil, que produz mais de 10 bilhões de litros ao ano e disputa a terceira posição mundial com a Alemanha: o segmento de cervejas especiais.
Neste mercado, a bebida é produzida em pequenas quantidades e com matérias-primas diferenciadas, com o objetivo de satisfazer um público disposto a pagar mais por um produto feito fora das grandes linhas de produção.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Enio Rodrigues, existem 110 microcervejarias operando oficialmente no país. Pequenos empresários que investem neste segmento dizem que esperam vendas até 50% em 2009, em relação ao ano passado.
As fábricas são de pequeno porte, na maioria familiares, e produzem cervejas para serem bebidas em quantidades menores, por consumidores que apreciam os diferentes sabores proporcionados pela bebida. Neste segmento, uma garrafa pode sair por até R$ 30
Segundo Álvaro Nogueira, do Centro de Tecnologia em Alimentos e Bebidas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio de Janeiro (Senai-RJ), calcula-se que o mercado de cervejas "premium" no país cresça, em média, 15% ao ano, ou três vezes mais que o setor destinado ao grande varejo.
Para abrir uma cervejaria, o investimento varia de acordo com o grau de automação que o pequeno empresário pretender imprimir à produção. Segundo o Sebrae, serviço que fomenta as pequenas empresas, o investimento inicial em equipamentos fica em aproximadamente R$ 130 mil.
Mas Nogueira, do Senai, diz que o valor é maior para uma emrpesa preocupada com um envase profissional, que garante mais qualidade ao produto. Neste caso, diz ele, o investimento pode chegar a R$ 300 mil.
O Senai-RJ trabalha com microcervejarias, ajudando tanto na montagem da estrutura industrial quanto no desenvolvimento da bebida. A instituição também criou o curso de técnico cervejeiro, profissional responsável por garantir que a receita criada pelos mestres na bebida – com diferentes quantidades de cevada, trigo, álcool e outros ingredientes – seja reproduzida em larga escala na medida certa.
O mercado "premium" representa hoje cerca de 4,5% do faturamento do setor de cerveja no país. Dentro desse segmento, de alto valor agregado, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin, as microempresas têm cerca de 50% de participação.
O crescimento das cervejas especiais, que já está acelerado, tende a aumentar nos próximos anos, na avaliação dela.
Nos últimos anos, "gigantes" do setor de bebidas reconheceram a importância das cervejas especiais. A Schincariol, por exemplo, comprou a Baden Baden, a Devassa e a Eisenbahn, que antes eram "independentes" e líderes no segmento.
“A tendência é que as pessoas se interessem mais (pelas cervejas especiais) com o aumento do acesso à informação sobre o produto”, diz Cilene. “São produtos voltados ao apreciador de cerveja, aquele que não bebe somente em volume, para se refrescar.(Fonte G1)

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