DEBATE MORNO NA BAND
*Osny Araújo
Mantendo a tradição a Rede Bandeirante de Televisão abriu a série de debates políticos pela telinha entre os candidatos a sucessão do presidente Lula, dividindo a audiência com a Rede Globo de Televisão que transmitia o jogo entre São Paulo e Internacional pela Taça Libertadores da América, o que sem nenhuma dúvida diminuiu largamente a audiência do programa político.
Participaram desse importante exercício democrático, realizado em bom nível, os presidenciáveis Dilma Roussef, (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda (Psol), os mais bem colocados nas pesquisas, que tiveram a oportunidade de nesse encontro democrático, se apresentar falar ao povo brasileiro, demonstrando suas idéias e propostas para governar o País a partir de janeiro do próximo ano.
O debate, onde os candidatos felizmente se respeitaram mutuamente, ficou na faixa do morno e certamente, não correspondeu a grande expectativa.
Todos, de acordo com as regras estabelecidas, foram questionados pelo jornalista Boechat coordenador do programa e jornalistas convidados além de perguntas formuladas entre os próprios candidatos, onde o ponto central versou sobre educação saúde e segurança, considerando por todos como um tripé fundamentalmente importante para o próximo Governo. Todos consideraram que esse tripé precisa ser melhorado e dinamizado em todos os sentidos.
Como era de se esperar, o programa foi polarizado por Dilma e Serra, que lideram as pesquisas e isso, aborreceu um pouco o candidato Plínio, do Psol, que chegou a protestar, se sentido discriminado, juntamente com a candidata Marina Silva, do PV, que também ficou um tanto marginalizada.
Além da polarização já mencionada, a candidata Marina Silva, que é senadora da República, fez questão de passar para a sociedade que ela estava se apresentando como a alternativa para a presidência da República, lembrando a sua origem humilde do Norte e a sua preocupação com o meio-ambiente, invocando, inclusive, o nome do seu conterrâneo, o ambientalista acreano Chico Mendes, assassinado no Acre.
No decorrer de debate, o candidato “tucano” se mostrou mais seguro ao contrário da petista, que parecia nervosa, não fixando legal na câmera e ainda por cima de tudo, deu algumas gaguejadas, sem que Serra tenha tirado proveito da situação, talvez, também por nervosismo, não tenha notado esse quase invisível descontrole da sua principal adversária na corrida presidencial.
Serra, fez algumas críticas ao Governo, especialmente no que tange a economia e Dilma respondeu lembrando o pouco crescimento do País no Governo Fernando Henrique Cardoso, foi quando as vozes foram um pouco alteradas, com Serra respondendo que ninguém pode governar um País como o Brasil, olhando pelo retrovisor.
Marina Silva, ex-ministra do Meio-ambiente, ao se apresentar como uma alternativa, criticou o que chamou de “oposição por oposição” ao longo dos últimos anos, cabendo a Plínio Arruda, o papel de provocador desse encontro político criticando a postura do que chamou de “bom mocismo”, referindo-se aos demais debatedores e se apresentou como a voz da divergência, dentro da linha filosófica do seu partido, o Psol.
Dilma e Serra fizeram questão de discutir várias questões envolvendo o ex-Governo Fernando Henrique Cardoso e o Governo Lula, com o “tucano” afirmando que o programa Luz para todos, do Governo Lula, pelo qual não tem restrição, mas, lembrou que tudo não passa de uma adaptação ao Programa Luz no Campo, criado por Cardoso, mas tudo ficou em banho-maria e o debate terminou como começou,morno, com bom nível e o respeito entre os participantes, como deve ser numa democracia.
Após a largada dos debates políticos na TV, começando pelos candidatos a presidência da República, a Band já anuncia para o próximo dia 12, debates em todos os estados com os candidatos ao Governo, que aqui, deverá ser polarizado entre os mais bem cotados nas pesquisas, Omar Aziz, do PMN e Alfredo Nascimento, do PR, ambos pedindo votos para a candidata petista Dilma Roussef.
Que outras redes televisivas programem novos debates entre os candidatos. Esses encontros são importantes para a democracia e oferecem aos eleitores uma visão melhor do quadro político em que vivemos e com isso, melhores condições de definir com mais determinação e certeza os seus votos.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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