Pesquisar este blog

quarta-feira, 14 de abril de 2010

FATOS E CONVERSAS

                                                                             *Osny Araújo

A segunda semana de abril chega à metade com alguns fatos e muita conversa política no Estado, mas sem nenhuma definição a nível de candidaturas para o Governo, a não ser a pré-disposição de aceitar o desafio do senador Alfredo Nascimento (PR), que continua tentando construir em bases sólidas a sua candidatura, tem como bandeira o apoio de Lula e o trabalho que realizou como ministro dos Transportes.

Apesar disso, alguns ingredientes novos ajudaram a temperar o clima pré-eleitoral. Tivemos a manutenção pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do mandato do prefeito Antonio Peixoto (PT), em Itacoatiara e a cassação pela segunda vez pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do mandado de Edson Bessa (PMDB), do posto de prefeito de Manacapuru, do grupo do ex-governador Eduardo Braga, agora candidato ao Senado, abrindo vaga para que o segundo colocado no pleito municipal, o deputado Ângelus Figueira (PV), volte a assumir o posto que já foi seu durante duas oportunidades. Isto, após renunciar o mandado na Assembléia Legislativa, o que deverá ocorrer ainda nesta semana.

No minado campo sucessório ao Governo, Alfredo Nascimento, que diz ter o apoio do presidente Lula e da presidenciável do PT Dilma Roussef, continua fazendo costuras políticas visando a materializarão do palanque único, fato que parece dia a dia ficar mais distante.

Mas, a sucessão vem provocando fatos interessantes. Por exemplo, o desembargador Domingos Chalub, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, o terceiro vice na escala hierárquica, assumiu o Governo do Estado. O fato aconteceu porque Eduardo Braga renunciou o governo, o vice Omar Aziz, possível candidato à reeleição assumiu a titularidade e como o deputado Belarmino Lins, presidente do Legislativo é candidato a mais uma reeleição, não assumiu o Governo, abrindo vaga para que o Executivo fosse exercido pelo presidente do Judiciário, dentro do que determina a lei. Legal é, mas que é uma bela da embolada, lá isso é.

Enquanto isso, o senador Alfredo Nascimento, ao que parece meio desgastado até com as lideranças políticas dos apoiadores do Governo Lula no Amazonas, continua fazendo, ou melhor, tentando construir articulações que possam fortalecer a sua possível candidatura, mas parece, que conquistar adeptos não está sendo uma tarefa muito fácil e tudo por contado ex-governador Eduardo Braga, aliado de Lula desde o primeiro momento, que ainda parece em cima do muro, dando a entender que marchará com Aziz nas próximas eleições, o que certamente, dificulta em muito, as pretensões políticas de Nascimento com o seu projeto de governar o Estado. Além disso, ainda tem o ex-prefeito de Manaus Serafim Correia (PPS), que de vez em quando ensaia uma candidatura, no formato de uma terceira via.

Enquanto isso, o governador Omar Aziz, que só deverá falar claramente sobre o seu futuro político em junho, tempo do festival do bumbas de Parintins, com muita desenvoltura circula pelos gabinetes de Brasília, tratando de interesses do Estado e claro, da futura candidatura ao Governo, sempre prometendo, em qualquer posição no campo político apoio à candidatura da ex-ministra Dilma Roussef à presidência da República.

Analisando rapidamente o quadro, parece que a candidatura de Omar Aziz, para uma disputa polarizada com o senador Alfredo Nascimento, fica a cada momento mais evidente. Nascimento tem o apoio político de Lula e Dilma e Omar, vem costurando alianças, inclusive, e provocando um quase racha no PT, com o presidente regional do Partido, ex-senador João Pedro, suplente de Nascimento puxando a brasa para o palanque único e Sinésio Campos, deputado, ex-presidente regional do PT e líder do Partido e do Governo na Assembléia, defendendo a candidatura apoiada por Braga e ainda tem alguns petistas que caminham na contra-mão dessas duas propostas, desejando que o Partido concorra com candidatura própria, o que aqui pra nós, seria um suicídio político.

Como se vê, o osso está duro até para cachorro roer, por isso, é melhor esperarmos junho chegar, para finalmente saberemos a escalação desse jogo político de outubro para a sucessão governamental no Amazonas. No mais, tudo que se disser agora, ficará apenas no campo da especulação e nada mais.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br

Nenhum comentário: