Pesquisar este blog

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A BRASILIA DE TODOS NÓS 
                                                       *Osny Araújo


Deveria ter elaborado este artigo ontem, 21 de abril, aniversário da capital federal, mas como estava fora de Manaus, no interior do Estado e sem internet, o faço hoje para homenagear a ousadia brasileira e a competência da nossa arquitetura, que nos presenteou a Nova Cap.
Por isso, hoje quero falar um pouco sobre Brasília, essa jovem que completa 50 anos, capital federal, centro político e administrativo do país, pode ser vista também, como a obra de um presidente destemido, que usando de todos os meios possíveis e impossíveis para a época construiu a grande e moderna cidade em menos de cinco anos. Isso mesmo, menos de cinco anos.
Hoje, devido aos ambientalistas, a cidade certamente não seria construída em 50 anos e com isso, o gigantesco Brasil continuaria a ser dirigido numa ponta e não no centro, como nos proporciona a capital federal, que além de outras coisas, integrou o Brasil, com o Governo funcionando no centro do país.
Por dever profissional, freqüento Brasília há mais de vinte anos. Conheço as suas boas churrascarias, os seus botequins para deliciar um chorinho, ritmo que conquistou a capital federal, os shoppings, o estádio Mané Garrincha, a famosa feirinha do Paraguai, a Praça dos Três Poderes, a Esplanada dos Ministérios, Palácio do Planalto que tive a honra de adentrá-lo em três oportunidades e algumas de suas cidades satélites.
Cidade moderna, sem esquina, semáforos e bairros, é sim, uma metrópole de dois milhões de habitantes, povoada com sotaques de todas as regiões do país, num grande encontro de brasileiros, com usos e costumes diferentes, o que vem enriquecendo a cultura dos brasilienses, numa cidade encravada no centro do planalto brasileiro.
Muito se fala de Brasília. Cidade fria, sem vida, de esquemas, dos escândalos, dos mensalões, de gente do colarinho branco e de corruptos e tantas coisas mais.
Não olho por esse lado e vejo a capital federal com os olhos voltados para a esperança, com a certeza de que as coisas ruins que certamente existam por lá, estão desaparecendo ou tendem a desaparecer, com o surgimento de brasilienses natos já na quarta geração, imbuídos de patriotismo e o desejo de mudar de uma vez por todas a história de Brasília que ainda é maculada por escândalos políticos.
Quero falar dessa Brasília sonhada por Juscelino Kubitschek, um médico mineiro de visão futurista, que inspirado por D. Bosco, transformou um sonho em realidade e teve a ousadia de construir Brasília, em tempo recorde. Um verdadeiro milagre.
O presidente, sem pestanejar assumiu o Governo e colocou o seu projeto em execução e entregou ao paisagista Lúcio Costa e ao arquiteto Oscar Niemeyer a responsabilidade da elaboração do desafiador projeto e assim foi feito.
O projeto urbanístico veio com a assinatura da simplicidade de Lúcio Costa e o arquitetônico com a ousadia e modernidade na plástica das linhas do camarada Oscar Niemeyer e tudo no formato de um grande avião, com o Plano Piloto, onde naturalmente fica o Governo e nas suas duas asas, a Norte e a Sul, onde s cidade se desenvolve, dentro de suas enormes e bem urbanizadas quadras, substituindo os bairros tradicionais em todas as cidades brasileiras.
Não quero falar das suas mazelas, pois elas existem também. Quero abordar a alegria dos candangos, o amor dos forasteiros pela cidade que ajudaram a construir, o grande jardim que é a cidade, onde ainda se pode admirar o azul do céu e as flores e frutos que são abundantes nas suas quadras e sombreando as largas avenidas, como um grande pomar e as belezas do Lago do Paranoá, um verdadeiro mar para os brasilienses É algo realmente diferente.
Por ser o centro do Poder, Brasília vira e mexe está na mídia com notícias de corrupção e tantas outras coisas, envolvendo especialmente os políticos, como aconteceu recentemente com o chamado “mensalão do DEM”, mas é bom, que olhemos as coisas boas que acontecem na capital da República, um exemplo de arquitetura para o mundo e a prova maior de realização do povo brasileiro, que quando quer faz.
Foi esse recado e o legado que nos deixou o saudoso presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, o mineiro que ao subir o Planalto, onde hoje está o Plano Piloto da cidade, parecia que estava vendo o Brasil mais integrado através de uma grande lente.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br

Nenhum comentário: