PALANQUE ÚNICO AINDA INDEFINIDO
*Osny Araújo
Apesar de não acreditar mais na possibilidade da formação de um palanque único no Amazonas para a sucessão governamental, como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a favor das candidaturas de Dilma Roussef (PT), para a presidência da República e Alfredo Nascimento (PR), para o Governo do Estado, ambos ex-ministros do Governo.
Alfredo Nascimento que tenta oficializar o apoio do prefeito Amazonino Mendes (PTB), disse que não existe a possibilidade de recuar na candidatura e deixou claro que está aberto a conversas para viabilizar uma grande frente política com vistas às eleições de outubro.
O governador Omar Aziz (PMN), ao ser empossado no cargo na noite de 31, ao ser questionado por repórteres que cobriam o acontecimento, não quis falar no assunto e dessa forma, não confirmou a sua candidatura à reeleição.
Essa dúvida deixa no ar por Aziz, reascende a expectativa de que o presidente Lula venha a conseguir o importante apoio do ex-governador Eduardo Braga (PMDB), que estará forma na disputa por uma vaga no Senado Federal. Anteriormente, Braga chegou a dizer que Aziz e Nascimento teriam até mais ou menos o mês de junho para conversas e definições se vê, o palanque único desejado por Lula não é impossível, mas que está meio difícil juntar os aliados num só palanque, disso ninguém tem dúvidas.
O ex-senador João Pedro, presidente regional do PT e suplente de Nascimento, está as voltas com grandes problemas entre os petistas, que a esta altura do campeonato parece muito dividido.
Segundo informações que me chegaram, nesse fogo amigo dentro do PT, o deputado Sinésio Campos, ex-presidente regional do Partido, líder do Partido e do Governo na Assembléia Legislativa do Estado, estaria com maior força política, com o seu apoio direcionado para a candidatura de Aziz. João Pedro, mais enfraquecido, embora seja o presidente estadual do Partido, trabalha para arregimentar apoio para Nascimento, até por ser esse o candidato do presidente Lula. O certo é que a coisa não está fácil e a divisão dentro do PT com vistas à sucessão estadual é evidente.
O anunciado acordo que o ex-governador Eduardo Braga teria firmado com o presidente Lula para apoiar a candidatura de Nascimento, está sendo questionado por grande parte de petistas e pelo PMDB liderado no Estado pelo ex-deputado João Thomé Mestrinho. Os contestadores afirmam que o acordo de Baga foi feito para apoiar a candidatura da ex-ministra Dilma Roussef a presidência da República e nada mais, afirmação contestada pelo ex-senador João Pedro e pelo ex-ministro e ex-deputado federal José Dirceu que visitou Manaus para uma série de compromissos políticos.
Como se vê, o barco com os líderes políticos do Estado para a formação do desejado palanque único, não navega e águas calmas e vem enfrentando algumas tempestades e naturalmente, dependendo da força dos ventos e da altura das marolas, o barco poderá ir a pique, acabando de uma vez por todas com esse projeto político para o Amazonas idealizado pelo presidente Lula.
Diante de tantos disse-me-disse e especulações, o bom sendo manda que se tenha um pouco de paciência e observe o comportamento dos políticos daqui por diante, com a certeza de que muitas coisas ainda poderão mudar, dependendo, naturalmente, da quantidade de água que ainda passará por debaixo da ponte.
Quem acompanha política, sabe que as negociações são difíceis e muitos fatores são levados em consideração, incluindo-se aí a formação da chapa majoritária e outros acordos estabelecidos já com vistas à formação do futuro Governo em caso de sucesso. São as famosas composições políticos para assegurar uma vitória e a futura governabilidade. Querem um exemplo: O governador Omar Aziz, que segundo ele tem chances de vitória nas urnas, com certeza não abdicará gratuitamente de uma candidatura a reeleição e se desistir, alguma compensação deverá terno futuro ou no Governo do Estado, caso vença Alfredo Nascimento ou no Federal, caso a vitória seja de Dilma Roussef. Uma cosia é certa, de mãos abanando ele não abandonará esse projeto político. Isso é política meus amigos e no Brasil, é assim que a coisa funciona.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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