Pacientes denunciam falta

de médicos no 28 de Agosto

Manaus -  Pacientes do Hospital 28 de Agosto sofrem com a falta de médicos na unidade de sáude durante o fim de semana. No último sábado (11), dos cinco consultórios disponíveis apenas uma médica realizava os atendimentos.

Após passar por reforma, o hospital foi inaugurado no dia 31 de março deste ano. A unidade de saúde, agora, conta com 378 leitos distribuídos em sete pavimentos, totalizando dez mil metros de área construída. A unidade também conta com um parque de imagem totalmente digitalizado.

Apesar da moderna estrutura, a falta de médicos ainda é o principal problema no atendimento do hospital. Mais de cinqüenta pacientes aguardavam na fila de espera. A maior parte de idosos estavam em macas e cadeiras de rodas. Alguns precisavam de atendimento imediato.

Para o técnico em informática, Lindson Oliveira (31), o caso é um desrespeito ao cidadão. “Quando se trata de emergência, ter apenas um médico é porque a situação é crítica, ainda mais com o porte deste hospital”, falou indignado.

Lindson aguardava na fila com o pai Altamir Oliveira, 71 anos, que sofre de mal de Parkinson, mal de Alzheimer e hipertensão. Ele não teve prioridade e nem mesmo foi atendido com urgência.

No hospital, Vanderjane Januário (37) segurava a cadeira de rodas do marido enquanto tentava esconder as lágrimas. Há mais de uma hora ela esperava pela a internação de Willians Pereira, (43), cardíaco.

“Meu marido passou pela reanimação, depois foi encaminhado para a enfermagem, foi muito bem atendido, mas o problema é que agora, não tem nenhum médico para autorizar a internação dele, o jeito é esperar”, relatou.

A motorista Darlene Teixeira (57), elogiou o atendimento dos profissionais de enfermagem, mas reclamou da falta de médicos. “Tenho asma e bronquite. Preciso mostrar meus exames, mas olha só a fila, apenas um único médico não vai dar conta desse monte de gente”, afirmou.

Após duas horas de espera, a aposentada Aguina Braga (77), conseguiu o retorno com a médica. A filha Judith Gomes (44), disse que a mãe está gripada, com crise de sinusite e se recuperando de uma catapora. Ela lamentou a falta de atendimento no hospital.“Falaram tanto do novo hospital 28 de agosto, mas até agora eu não vi nada”, concluiu.

Plantão

Às 1h de domingo (12), os pacientes começaram a questionar o motivo da existência de apenas um médico no plantão. A falta de assistentes sociais impedia a oficialização das reclamações.

A médica Arlene Pinto, saiu do consultório sem esperar o médico plantonista para substituí-la. Durante dez minutos, os consultórios ficaram sem médicos.

Depois de muitas reclamações, o hospital encaminhou dois médicos para os atendimentos. De acordo com o Código de Ética Médica, caso ocorresse alguma morte nesse intervalo, a médica seria responsável pelo óbito.

Outro lado

A assessoria do Hospital 28 Agosto informou que a Cooperativa de Clínica Médica do Amazonas (Cooperclin), disponibiliza cinco médicos clínicos para o plantão. Neste momento, a diretoria do hospital está reunida para apurar o motivo da ausência de médicos durante o plantão da madruga de sábado.

A assessoria informou ainda que a espera nos procedimentos ocorre por conta da grande demanda de atendimentos clínicos realizados. De acordo com a assessoria, pacientes com risco de morte vítimas de quedas, acidentes de trânsito, disparos de arma de fogo e perfurações, entre outros traumas, têm prioridades nos atendimento.

Pacientes com sintomas clínicos como dores de cabeça, vômito, falta de ar entre outros sintomas, esperam mais tempo. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), casos clínicos podem ser resolvidos em menos tempo no Serviço de Pronto Atendimento (SPAs).

Segundo a assessoria, qualquer reclamação sobre o atendimento no Hospital 28 de Agosto deve ser feito por escrito. O documento também deve ser endereçado a direção do hospital. A partir do conhecimento da denúncia, a diretoria apura o caso e adota as providências cabíveis.(Portal Amazônia com informações da repórter Arthemisa Gadelha.)

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