CUIDADO COM CANDIDATOS BIZARROS
Osny Araújo*
Despedi-me no último artigo, dizendo, que voltaria falando sobre eleições e candidatos bizarros, inspirado na candidatura do humorista Tiririca, (Francisco Everardo Oliveira Filho) que sem dúvida, será o deputado federal por São Paulo mais votado do Brasil e com isso, levará para a Câmara Federal um time de deputados bizarros. Coisas da nossa cultura política.
Na verdade, o Sr. Francisco Everardo de Oliveira Filho, que será eleito pelo maior e mais importante colégio eleitoral do País, não será ele o vitorioso e sim, o seu personagem, o palhaço Tiririca e olhe, que não será com votos do Norte e Norte, será com votos do politizado estado de São Paulo.
Recordo-me, que quando comecei a escrever sobre política, há mais de trinta anos, cobrindo os fatos nas casas legislativas, os políticos bizarros eram bem menos do que agora. No momento, eles estão por todos os lados, preenchendo vagas daqueles que poderiam até fazer alguma coisa pelo estado brasileiro.
Foi também naquela época, que os brasileiros votaram em cacareco, rinoceronte e outros bichos e candidatos desqualificados, como os Agnaldo Timóteos, Carrapetas, os Severinos Cavalcantes, Mãos Santas, Renans, Roriz, Cassois, Jurunas, que tudo gravava, Sarneys, Barbalhos e outros, apenas para protestar politicamente contra o momento. Quem agiu dessa forma, fez um grande mal para o Brasil e para o Amazonas.
Concordo, que não raras vezes em eleições, o eleitor fica desapontado com os candidatos e suas propostas e pensa logo em votar em qualquer coisa como forma de protesto e isso não é legal para a democracia e muito menos para o País que queremos construir.
Posso afirmar com todas as letras, que votar em candidatos bizarros, apenas para cumprir com o dever eleitoral e protestar por protestar, não nos levará a lugar algum. Quem votar no palhaço Tiririca, por exemplo, estará elegendo por força da legenda, uma legião de desconhecidos, desqualificados e descompromissados com o País. Purus oportunistas, amparados pelo nosso ultrapassado sistema política, que precisa de uma reforma urgente, mas ao que parece, o fato não interesse aos nossos históricos congressistas.
Claro que nem todos os políticos têm esse perfil bizarro. Ainda bem. Em nível de Congresso Nacional, me recordo de um Nelson Carneiro, José Lindoso, Álvaro Maia, Artur Virgílio Filho, Jefferson Peres e tantos outros que honraram as suas passagens pelas principais casas legislativas do País.
Em nível de Amazonas, como era salutar ver e ouvir os debates na Câmara \municipal de Manaus, de um Fábio Lucena, Beth Azize, que mais tarde foram para a Assembléia Legislativa se juntar a um Homero de Miranda Leão, Manoel do Carmo Chaves Neto, Agnelo Balbi, Felix Valois, Francisco Queirós, por onde já havia passado Arlindo Porto, Adriano Jorge, Ruy Araújo e tantos outros bons políticos. Isso chega a dar saudade. Os valores políticos de ontem, infelizmente não são os mesmos de hoje. Uma pena.
Mas então, o eleitor pode ou não protestar com o voto. Claro que pode e deve, mas um protesto ético e responsável. Com a força e o poder do voto, o eleitor deve protestar votando em bons candidatos, que tenham propostas e compromissos com a sociedade e com isso, alijar do processo os bizarros e oportunistas, Isso sim, é um protesto sério, responsável e que deve sim, ser praticado pelo eleitor brasileiro.
Não adianta querer justificar o voto em bizarros, dizendo como o candidato Tiririca “pior do que ta não fica. Fica sim e muito, por isso, devemos votar nos melhores, nos competentes, naqueles que realmente tem compromissos com a sociedade e não fazer um protesto irresponsável votando em sabe lá quem, apenas por votar e ver o circo pegar fogo”.
O eleitor tem vontade própria. Não é propriedade de um partido político ou de determinada ideologia. Vote convenientemente, em pessoas ficha limpa (ainda tem sim), em pessoas éticas, transparentes e probas. Não vote apenas por votar.
Esses candidatos populares, como o Tiririca, por exemplo, não tem culpa no Cartório. Eles são oportunidades, sabe que o povo vota mal e se aproveitam disso. Já os partidos, também sem compromissos com a sociedade, correm atrás desses palhaços da vida, para conquistar espaço político através do famigerado voto de legenda, que na prática, existe para fortalecer os partidos como instituições, mas que na realidade não funciona, dando asas aos chamados partidos nanicos a participar e a atrapalhar as eleições.(Postagem simultânea nos sites Noticianahora e tadeudesouza.com.br)
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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