SEM A COBERTURA DO MANTO SAGRADO
*Osny Araújo
Instituição historicamente no Brasil envolvida intimamente cm os partidos de esquerda, especialmente o Partido dos Trabalhadores (PT) e conseqüentemente aos movimentos sociais, como o MST, MTST ONGs, Direitos Humanos, até em defesa de bandidos, miseráveis, os sem nada etc, a Santa Igreja Católica, no Amazonas, em nota assinada pelo arcebispo Metropolitano de Manaus D. Luiz Soares Vieira, no episódio envolvendo a detenção do ex-vereador e cabo eleitoral do candidato ao Governo Alfredo Nascimento (PR) e deputado Sabá Reis, (PR) Brás Silva, (PSDC)detido por suposta campanha política ofensiva e ilegal, pela distribuição de camisetas com slogans contra a pedofilia, a Arquidiocese tratou de tirar o corpo fora, dizendo com todas as letras que nada tem a ver com o fato.
O radialista Brás Silva, que tinha um programa independente e cristão na Radio Rio-Mar de Manaus, de propriedade da Arquidiocese, foi detido pela Polícia Federal na sexta-feira passada e ao se defender da prática do que foi considerada campanha eleitoral ofensiva ao governador Omar Aziz, candidato à reeleição, tentou despistar o fato, dizendo que não se tratava de campanha política e sim de uma campanha da Igreja Católica contra a pedofilia, até porque não disputa nenhum cargo político nas eleições dês ano.
Na Nota Oficial distribuída aos meios de Comunicação, a Arquidiocese afirma que nem ela e nem a Radio Rio-Mar estão à frente dessa campanha contra os crimes de pedofilia no Brasil e garante ainda, que ao longo de 55 anos de história, a Radio Rio Mar, de onde o radialista Brás Silva já foi afastado, nunca de voltou contra o processo democrático.
No mesmo documento, a Arquidiocese reafirma o compromisso da Igreja católica em favor da vida e da dignidade humana e perante Deus e a Justiça dos homens, colabora na construção da cidadania, mantendo uma postura ética que não viola o processo eleitoral, apenas fazendo prevalecer o seu compromisso com a verdade e a vida.
Como se pode observar claramente, até pela Nota Oficial da Arquidiocese, o radialista e ex-vereador Brás Silva, não tem nenhum aval da Igreja para promover a tal campanas em nome dela que lhe tirou completamente uma possível cobertura com o seu Manto Sagrado, ou seja, a Igreja Católica tirou o corpo fora dessa briga política em véspera de eleição e quem for podre que se quebre.
A bem da verdade, desde que a esquerda brasileira assumiu o Poder, a Igreja católica no Brasil alterou um pouco o seu comportamento. Num passado não muito distante tinha uma participação muito ativa na política, chegando ao ponto durante as missas dos padres substituírem os sermões por verdadeiros comícios, passando com a adotar politicamente uma posição mais discreta e o seu envolvimento com a política partidária diretamente mudou para melhor.
Essa participação, tem sido mais filosófico e de esclarecimento, mas sem nenhum cunho partidário, o que na minha opinião é o correto.
Hoje, a Igreja que tem um grande rebanho, fala de política, mas sem nenhuma conotação partidária e dessa forma, procura alertar o eleitor para escolher bem os seus candidatos, seja de qual partido for e tenta mostrar a responsabilidade de cada ovelha na hora de votar e da grande responsabilidade que todos nós temos no processo eleitoral. Isso é legal e a Igreja católica, nos últimos tempos está agindo assim, falando de política como ciência e não de partidos, deixando de desfraldar bandeiras de candidatos e partidos, para falar simplesmente de política, como deve ser.
Com a versão da Igreja, fica claro que o ex-vereador Brás Silva está sem a cobertura sagrada nessa briga com a Justiça Eleitoral em relação ao fato que determinou a sua detenção e de quebra a sua saída da Radio Rio Mar de Manaus.
A campanha, que é defendida pelo radialista, sem nenhuma dúvida é salutar, só que estava sendo feita em momento inadequado. Essa, deve ser uma campanha para o ano inteiro, ou melhor, constante e não apenas em véspera de eleição.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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