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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

NINGUEM TRANSFERE CARISMA E AFETO- *Osny Araújo



A esta altura do campeonato, não resta, mas nenhuma dúvida de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu emplacar o nome da sua principal auxiliar, a ministra Chefe da Casa Civil Dilma Roussef como candidata do seu partido, o PT a presidência da República. Nas pesquisas ela caminha em segundo lugar, perdendo a dianteira para o virtual candidato do PSDB, José Serra, governador de São Paulo.
A primeira missão do nosso simpático e carismático Presidente da República, um líder natural e homem do povo, parece ter sido fácil. Dentro do seu partido ele distribuiu as cartas e ganhou o jogo, emplacando o nome de Dilma para disputar a sua sucessão este ano, numa eleição que se prenuncia polarizada e muito complicada.

Não vejo nenhuma possibilidade de surgirem novos nomes em condições de enfrentar a petista e o tucano pela briga direta pela presidência da República, o que leva a crer, que teremos uma eleição verdadeiramente polarizada entre os dois, considerando que as possíveis candidaturas de Ciro Gomes, Marina Silva e outros, não serão páreo nessa disputa eleitoral.

Lula candidato, caso houvesse essa possibilidade, dificilmente seria batido e aposto, que venceria no primeiro turno, face ao seu grande carisma e a liderança que exerce sobre a população, especialmente junto às camadas mais sofridas, para quem o seu Governo voltou muito os olhos. O diabo, é que ele não estará pessoalmente nessa disputa.

O grande problema da candidatura petista está exatamente no que um tem de sobra e no que a candidata quase não tem. Lula esbanja liderança, carisma, popularidade e simplicidade, atributos que faltam na ministra Dilma Roussef, que não é uma pessoa carismática e muito menos simpática ou simples e isso, certamente vai atrapalhar muito na hora de conquistar votos.

Não estou aqui falando em competência técnica, administrativa ou de caráter para governar o País. Estou falando de liderança, carisma e simpatia e não de outras qualidades que sei que a ministra as possuí.

Ora, se transferir votos já é algo quase impossível, imaginemos agora uma pessoa querer transferir carisma, liderança e simpatia a alguém. Essa é realmente uma missão impossível, pelo menos, é isso que pensam os grandes especialistas brasileiros em marketing político.

O certo é que a ministra Dilma não conseguirá herdar esses atributos que o presidente Lula tem de sobra para dar, trocar ou vender. Essas são qualidades dele, apenas dele e não conseguirá transferir para nenhum correligionário ou companheiro, como ele gosta de dizer.

É claro que um presidente muito bem avaliado como Lula, conseguirá colocar fogo na campanha e alicerçar substancialmente a candidatura que tenha o seu apoio. A dose de prestígio é substancial, mas isso não significará transferência de votos. Eu voto em você, mas não votaria no seu filho e vice-versa. As nossas eleições estão repletas desse exemplo.

Na verdade, o presidente Lula tem um vínculo emocional com o eleitor, com o brasileiro de um modo geral e até as cosias erradas que ele faz e fala, a população entende e o aplaude, o que certamente não ocorre e nem ocorrerá com a candidata Dilma.

Substituir a figura do presidente Lula no imaginário popular será o grande adversário da candidata petista a presidência da República. Lula é uma espécie de mito é um grande vulto e substituí-lo não será nada fácil e isso, está na cabeça do povo.

Como se vê, é muito difícil transferir liderança, carisma e afeto, mas como para o presidente Lula, em função da sua interação com o povo, tudo ou quase tudo é possível, vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos e saber se o carismático Lula, também conseguirá fazer da ministra Dilma uma, líder, com carisma e simplicidade.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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