MUTIRÃO DA CIDADANIA ATUOU EM ÁREA INDÍGENA

Barreirinha AM - Navegando de forma alternada durante 22 horas pelo rio Andirá, enfrentando sol, chuva e temporais abordo do barco regional Tocantins, partindo da cidade de Barreirinha, a equipe do Mutirão da Cidadania, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e as parcerias com o Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública (Instituto de Identificação) e da Prefeitura Municipal, fechou quatro dias de trabalho com a expedição de 1.595 documentos, distribuídos em: 234 CPFs, 346 Carteiras de Identidades, 348 Carteiras do Trabalho, 457 Certidões de Nascimento, além de 587 fotos para documentos e mais de 300 xeroxes.
Singrando as negras águas do Andirá, rio berço dos índios Sateré-Maué, a equipe coordenada pelas servidoras Conceição Aquino (INCRA) e Eranildes Mota (MDA), iniciou a operação pela Freguesia, uma comunidade mista formada por ribeirinhos e índios, seguindo no dia seguinte para outra localidade similar, a de Ariaú, onde o mutirão também expediu uma série de documentos, levando cidadania e inclusão social àqueles brasileiros do rio Andirá.
Concluído os trabalhos nas duas primeiras comunidades mistas, o Mutirão MDA/INCRA, com a equipe formada pelas coordenadoras Conceição Aquino e Eneida Cavalcante (INCRA), Erenildes Mota,(MDA), Valcy Oliveira e Marli Costa Gonçalves (Instituto de Identificação), servidores da Prefeitura de Barreirinha e do Cartório local, partiu para uma área inteiramente indígena, onde trabalhou em duas aldeias Saterá-Maué, de um total de 47 existentes ao longo da calha do Andirá, envolvendo os municípios de Barreirinha, Parintins e adentrando ao Estado do Pará.
O Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural, executado pelo Governo Federal através o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e parcerias com os Governo dos Estados e Prefeituras municipais, apesar de ser voltado para a mulher, vai mais além. Por ser uma programação de inclusão social, os homens também são atendidos durante os mutirões da cidadania, o que torna o trabalho bem mais amplo.
REGIÃO INDIGENA
A primeira aldeia a ser atendida pelo mutirão foi a de Umirituba, onde foi recepcionada pelo tuxaua-geral Lúcio Michiles (61) e a desconfiança dos Sateré.
O clima de desconfiança foi quebrado quando o tuxaua Michles ofereceu um lanche exótico a equipe, a base de ingá e sarraia (uma formiga da família das saúvas, de sabor picante e anestésico),acompanhada de xibé (farinha com água, servido numa cuia) que a equipe topou heroicamente.
Para o tuxaua Lucio Michiles, o mutirão foi visto como “muito bom. Agradeço o trabalho do MDA, INCRA, do Governo do Estado e da Prefeitura. Isso vai ajudar muito agente. Os índios precisam desses documentos” assegurou.
Para o prefeito de Barreirinha, o índio Messias Satere, que acompanhou os dois primeiros dias de trabalho, “esse apoio no que diz respeito à documentação é muito importante. Esse trabalho é bem vindo, até porque, a região do Andirá é uma das mais carentes do município” – afirmou.
A maior expedição de documentos ocorreu na aldeia de Molongotuba. Para dar conta da expedição dos quatro documentos básicos de cidadania, a equipe trabalhou um dia e meio, desafio que foi vencido com determinação pelos integrantes do mutirão.
Lá, o tuxaua Mexais da Silva (37), também fez questão de ressaltar a importância da ação do Mutirão coordenado pelo MDA/INCRA. “Nós índio Satere, aqui do Andirá precisa desses documento. Sem isso agente não existe. Parabéns para vocês”.
Um fato que chamou a atenção da equipe foi o bom n de alfabetização da região. Poucos foram às pessoas que não assinaram os documentos, especialmente nas duas aldeias indígenas trabalhadas.(Fonte:Ascom INCRA-AM)