OS MILAGRES DE UM ANO ELEITORAL
Acho que ano eleitoral é o melhor momento para a sociedade conquistar benefícios partidos dos Governos, em suas várias esferas. Nesse período, onde todos andam “caçando” votos, as coisas realmente acontecem, até aquelas que o povo não esperava mais e estavam no rol das impossíveis.
A rodovia BR-319 que durante décadas foi relegada ao abandono e ao esquecimento, quando temos um Governo, como o do presidente Lula disposto a recuperá-la, enfrentamos agentes do próprio Governo atrapalhando o processo, mesmo tendo recursos alocados para a suas execução. Foi exatamente aí, que apareceram as Marinas e os Mincs para atrapalhar o desenvolvimento de uma região, tão distante dos grandes centros, tão sofrida e tão necessitada.
Quem não se recorda da luta que o ministro dos transportes Alfredo Nascimento (PR), pré-candidato ao Governo do Estado e das nossas lideranças políticas na luta pela recuperação da rodovia BR-319, a nossa Manaus-Porto Velha, importante rodovia de integração, construída durante o Governos militar, transformando-se numa grande via de integração regional, além de integrar o Amazonas ao eixo-rodoviário nacional.
Mesmo com o empenho do ministro Alfredo Nascimento, com os pedidos do governador Eduardo Braga e outras lideranças, até mesmo com as promessas feitas reiteradas vezes pelo presidente Lula, este amigo do Amazonas, de que a rodovia seria restaurada, a turma do meio-ambiente sempre deu pra traz e não liberava o licenciamento ambiental para que as obras pudessem ter um curso normal.
Primeiro foi à senadora e ex-ministra do Meio-Ambiente, a ambientalista Marina Silva (ex-PT e agora PV-AC), pré-candidata à presidência da República, que sempre demonstrou má vontade com a recuperação dessa importante rodovia e com o Amazonas e em seguida o ministro que a sucedeu Carlos Minc, ele mesmo, que é favorável a liberação da maconha, também marcou de perto oprojeto e sempre obstaculizou a recuperação da BR-319, colocando empecilhos de toda ordem, a ponto de certa feita tentar levar a questão para o lado pessoal com o ministro Alfredo Nascimento.
Pois bem. O ministro Nascimento nunca desistiu da idéia, até porque a recuperação da rodovia será uma grande bandeira na sua campanha eleitoral para o Governo do Estado. Por isso, o fato não é nenhuma coisa nova, uma vez que a recuperação da BR-319 sempre foi um sonho do ministro que deixará o posto em fins de março para entrar de cabeça na campanha pela sucessão de Eduardo Braga.
O que é de estranhar nessa história toda, é que a senadora Marina Silva, que quando ministra sempre foi contrária a essa grande obra, agora, na condição de pré-candidata do PT a sucessão presidencial, acreditem, deu uma mãozinha para que o sinal verde fosse dado para que as obras possam tomar curso normal, com o tão aguardado licenciamento ambiental.´
É meus amigos, coisas como essa, só acontecem mesmo em ano eleitoral, quando as coisas impossíveis se tornam possíveis. É como a materialização de um sonho ou o surgimento de um milagre, embora saibamos, que a divindade está longe dos políticos.
O fato, é que decisão unânime do Tribunal de Contas da União (TCU), afirma que os dez pré-requisitos estipulados pelo Grupo de Trabalho criado pelo ministro Minc com o intuito de dificultar e retardar ao máximo a recuperação da BR-319, não poderá mais se utilizar desculpas esfarrapadas para não conceder o licenciamento, até porque, tanto o Ministério dos Transportes como o Governo do Estado, sempre cumpriram com todas as normas ambientais solicitadas.
A imparcial decisão tomada pelos ministros do TCU ocorreu após minuciosa análise e auditorias em todas as etapas de licenciamento da obra, com os ministros considerando que o Ministério do Meio-Ambiente está agindo com excesso de rigor para não conceder o licenciamento e com isso, impedir a recuperação da rodovia, de fundamental importância para a região e que certamente, deverá contrariar interesses de alguns grandes armadores que operam no transportes de carretas entre Porto Velho-Manaus e Belém Manaus e vice-versa, onde está situado o coração do Pólo Industrial da Zona Franca de Manaus.
A decisão unânime tomada pelo Tribunal de Contas da União demonstra claramente, que tanto o ministro Alfredo Nascimento, como o governador Eduardo Braga e as demais lideranças que defendem esse projeto, sempre estiveram certos, uma vez que as normas ambientais nunca deixaram de ser respeitadas.
Agora, a retomada das obras, ficará a cargo do próprio Executivo, que através do Ministério dos Transportes deverá proceder à licitação, a fim de que as obras sejam retomadas, o que poderá ocorrer na metade do ano. Antes tarde do que nunca.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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