TUDO É SILÊNCIO NA CORTE
ELEITORAL DO AMAZONAS
Manaus - No Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, após a decisão da Justiça que praticamente afasta da presidência do TRE-AM o desembargador Ari Moutinho,(foto) ninguem abre a boica não se fala no assunto naquele Tribunal. O silêncjio é absoluto, com os servidores aguardando com muita expectativa o final dessa história.
Um dia após receber do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mais dois votos
favoráveis a seu afastamento da presidência do Tribunal Regional Eleitoral
do Amazonas (TRE-AM), o desembargador Ari Moutinho evitou, ontem, comentar
a decisão dos ministros. Ele afirmou que só se pronunciará sobre o caso
após o final do julgamento, que só deve acontecer hoje. Dos seis
ministros do TSE, quatro já votaram pelo afastamento de Moutinho e dois
votos ainda estão faltando, mas não farão diferença no resultado final.
Um clima silencioso tomou conta dos corredores do TRE após o julgamento do
processo de Moutinho. O procurador regional eleitoral, Edmilson Barreiros
– autor da ação que pede o afastamento do presidente do tribunal – e a
corregedora do tribunal, desembargadora Graça Figueiredo, que também é
interessada no caso, se recusaram a comentar o caso.
Quando perguntado sobre se possibilidade de haver uma modificação na
sentença, mesmo com o placar já existente, Barreiros disse que falaria
sobre o caso de Moutinho somente quando fosse julgado também o processo
que ele move contra o presidente no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Para que não haja especulações de que estou antecipando julgamentos, só
me pronunciarei após a decisão do CNJ”, disse.
Da mesma forma, Graça evitou comentar justificando estar ocupada com
“assuntos pessoais”. A desembargadora chegou a entrar com uma petição no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Moutinho, pedindo o afastamento
do desembargador também contestando a recondução dele à presidência.
A assessoria do presidente Ari Moutinho limitou-se a afirmar, ontem, que
não existe “nenhuma possibilidade” de renúncia antecipada do cargo e que
ele vai decidir se entrará com recurso para tentar reverter a decisão.
Já votaram a favor do afastamento de Moutinho a ministra Carmem Lúcia e os
ministros Ayres Brito, Ricardo Lewandowski e Félix Fischer. O voto do
relator do processo, ministro Fernando Gonçalves foi, até agora, o único
favorável a Moutinho. Ainda restam os votos dos ministros Marcelo Ribeiro
e Arnaldo Versiani. Qualquer um dos magistrados ainda pode modificar seu
voto.
O caso
O desembargador Ari Moutinho é acusado de exercer dois mandatos
consecutivos. Ele assumiu a presidência no dia 19 de abril de 2008,
completando o mandato do desembargador Jovaldo Aguiar. Ao concluir o
mandato de Aguiar, ele foi eleito no dia 12 de janeiro de 2009. De acordo
com a lei complementar 35/79 quem tiver exercido cargo de direção por
quatro anos ou alguma vez tiver sido presidente de um tribunal, não
poderá mais ser eleito. Como Moutinho já havia exercido o cargo de
presidente, mesmo que interinamente, ele não estava mais elegível.
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