Pavimentando a estrada que possivelmente percorrerá na porfia para chegar ao Senado da Republica nas próximas eleições, o governador Eduardo Braga, (PMDB), não foi nenhum pouco modesto, ou melhor, não utilizou a tradicional falsa modéstia ao analisar os seus dois mandatos de governador, ao abrir um novo ano legislativo no Parlamento amazonense. Com o plenário “Ruy Araújo” silencioso e muito atento à mensagem governamental, por sinal a última nesta oportunidade de Eduardo Braga, uma vez que está concluindo o segundo mandato, fez um balanço geral dos seus quase oito anos de Governo e acenou com projetos para este ano, deixando claro que torce pela continuidade do trabalho que vem realizando.
O governador, político de verbo fácil e envolvente, não economizou palavras e adjetivos para falar das suas obras, e fazendo uma autocrítica, disse com todas as letras que durante o seu Governo o Amazonas cresceu e se desenvolveu mais que nos últimos trinta anos.
Como sempre integrou o mesmo grupo político que está no Poder a quase três décadas, Eduardo Braga, deu a entender que foi bem melhor do que o saudoso Gilberto Mestrinho, também do PMDB e do atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, (PTB).
Não vou aqui entrar no mérito de quem foi o melhor ou o pior governador nos últimos vinte e oito ou trinta anos com a participação de membros do mesmo grupo político.
O que posso afirmar, e escrevo com conhecimento de causa em função das muitas viagens que tenho feito pelo interior, é que as obras do Governo do Estado podem ser vistas a olhos nu em todos eles, muitas arcadas com recursos próprios e outros em convênios e a participação do Governo Federal.
Na verdade, Eduardo Braga, que já foi vereador, deputado estadual e relator da Assembléia Estadual Constituinte, deputado federal, vice-prefeito e Prefeito de Manaus, deixará um legado de grandes obras no Amazonas, como por exemplo, o Prosamim, um grande projeto de saneamento e urbanização dos igarapés que cortam Manaus, da Ponte sobre o Rio Negro, que será a partir do próximo ano, mais um grande cartão postal da cidade, da expansão da Universidade do Estado do Amazonas, criada por Amazonino Mendes para quase todos os municípios, da luta que vem travando em relação ao meio-ambiente, tornando o Amazonas muito mais conhecido mundialmente e ainda conseguiu trazer para a capital amazonense jogos da Copa do Mundo de 2014, que certamente deixará um grandioso legado para Manaus e o Amazonas. Isso apenas, para citar alguns fatos importantes da sua administração.
Ainda na abertura da Assembléia Legislativa do Estado, mesmo na condição de aliado do presidente Lula, Braga falou da necessidade da continuação do seu projeto de Governo e teceu enormes elogios ao vice-governador Omar Aziz (PMN), que ao que tudo indica, deverá ganhar o seu apoio na corrida sucessória, mesmo sabendo que o candidato do aliado Lula será o senador-ministro Alfredo Nascimento (PR).
Essa questão ainda não está definida e como em política tudo é possível, vamos aguardar pacientemente ou não, o desenrolar dos acontecimentos na roda política do Estado.
A respeito do assunto, tentei conversar com a famosa madame “Miraceli”, mas ela como é tipo a Ofélia do humorístico da TV, mulher do Fernandinho que só fala quando tem certeza, preferiu não dizer nada e se ela não quis falar, vou me calar também a respeito.
No momento, existem muitas especulações, mas nada que ainda não esteja apenas no campo das hipóteses, a não ser o fato de que o senador-ministro Alfredo Nascimento será candidato ao Governo com o apoio do presidente Lula. Disso, ninguém mais duvida.
Os curiosos podem continuar a roer as unhas, porque entendo que esse quadro só será mais ou menos definido quando março chegar. Até lá, certamente iremos ouvir muito disse me disse a respeito das composições políticas no Estado com vistas às eleições gerais de outubro, com o governador Eduardo Braga embarcando na campanha da ministra Dilma Roussef, candidata de Lula a sucessão presidencial.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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