Paulo - Foram seis meses de angústias, crises e problemas à frente do Palmeiras. Depois da derrota de 4 a 1 para o São Caetano, na última quarta-feira, pelo Campeonato Paulista, o técnico Muricy Ramalho foi demitido nesta quinta feira.
- Agradeço o apoio da torcida que colaborou e sempre me apoiou. Deixo amigos no clube e desejo sorte ao Palmeiras - disse Muricy, que foi ao CT à tarde para se despedir do grupo.
Juntamente com Muricy, o auxiliar Tata também se desligou do Palmeiras. Outro que saiu, após ter o pedido de demissão aceito por Belluzzo, foi o gerente de futebol Toninho Cecílio. Nos últimos jogos, além da comissão técnica, a diretoria alviverde vinha sendo alvo de críticas por parte da torcida.
Esperança e frustração no Palestra
Muricy Ramalho observa o Palmeiras em ação, no jogo que selou a sua demissão Apontado como um dos melhores técnicos do Brasil, ele não conseguiu repetir o sucesso que teve no rival São Paulo - onde foi tricampeão nacional -em sua passagem pelo Palestra Itália. A goleada sofrida dentro da casa palmeirense sacramentou a queda do técnico que se considera "bom pra caramba", como disse Muricy, há uma semana, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM. Nesta quinta, após duas reuniões de dirigentes e conselheiros com o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, ficou acertada a saída do treinador.
A queda de Muricy se arrastava há algum tempo. Contratado no meio do ano passado para substituir Vanderlei Luxemburgo, o treinador inflou a confiança de Belluzzo, que afirmou que não havia contratado o tricampeão brasileiro para ser quinto colocado do Nacional. Pois foi justamente o que aconteceu.
Muricy assumiu o comando do Alviverde depois de uma vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians, substituindo o ainda interino Jorginho (hoje no Goiás). Com a equipe do Palestra Itália, passou quase três meses na liderança do Campeonato Brasileiro. No entanto, na fase decisiva da competição, a equipe caiu de rendimento. Muricy perdeu jogadores que formavam a espinha dorsal da equipe - o zagueiro Maurício Ramos, o meia Cleiton Xavier e o volante Pierre - para o departamento médico.
E o time que chegou a liderar a competição com até dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado acabou de mãos abanando. Sem título, sem vaga na Taça Libertadores de 2010. Sem Vagner Love, que se mandou para o Flamengo depois de se envolver em uma confusão com três torcedores. Sem Obina e Maurício, que brigaram no intervalo da derrota para o Grêmio e acabaram sendo desligados do clube. Crises que Muricy acabou superando com muito custo, apoiado sempre pelo presidente Belluzzo, mesmo quando membros da diretoria pediam a sua cabeça, no fim da temporada passada.
Garantido no comando para 2010, Muricy pediu reforços para não sofrer com a falta de opções. Dos seus indicados, vieram os volantes Edinho e Márcio Araújo, o zagueiro Léo e o meia Lincoln. Mas o time seguiu sem engrenar. A derrota para o São Caetano encerrou seu conturbado ciclo no Palestra Itália. Em meio ano no clube, ele conquistou 50 dos 102 pontos disputados: foram 13 vitórias, 11 empates e dez derrotas.
A esperança verde de, sob o comando de Muricy Ramalho, acabar com uma fila de quase 16 anos sem conquistar o Campeonato Brasileiro, terminou de maneira melancólica. E no vitorioso currículo do treinador, entra uma mancha de fracasso.(G.Esporte)
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