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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PELA CONTINUIDADE- *Osny Araújo


Não está fácil para o governador Eduardo Braga (PMDB), aliado do Governo Federal atender a solicitação do presidente Lula e deixar a base governista num único palanque no Estado. Pelo menos, parece não ser esse o desejo do vice-governador Omar Aziz (PMN), também aliado do Governo.Alimentado por Braga, Aziz sonha em ser o seu candidato ao Governo do Estado, contrariando o pensamento de Lula que gostaria de ter o apoio do governador ao seu candidato, o senador-ministro Alfredo Nascimento (PR), mas essa adequação não parece nada fácil, pelo menos no momento.

Recentemente, numa solenidade pública na capital, Omar Aziz, que reiterou o seu apoio a Lula, disse que o presidente tem todo o dever de defender a continuidade do seu Governo, o mesmo direito que segundo ele, o governador Eduardo Braga tem de defender a continuação de um projeto administrativo, que na sua opinião vem dando bons resultados no Amazonas. É exatamente aí, que está o impasse, ou melhor, o abacaxi para o governador descascar.

Aziz lembra, que da mesma forma que o Governo Lula tem sido muito bem, aprovada pela população brasileira, o amazonense tem feito essa mesma demonstração com Eduardo Braga, por isso, defende a continuidade do projeto, fato que certamente não agradará ao presidente Lula, que, diga-se de passagem, sempre apoiou em todos os sentidos os pleitos do governo amazonense.

A verdadeira intenção de Lula é formar um palanque único no Amazonas que beneficie a candidatura da ministra Dilma Roussef, (PT) a presidência da República. Daí a importância da união dos aliados no Amazonas, dentro da máxima de que em política só existem duas operações, somar e multiplicar, alijando a divisão e a subtração.

O presidente está chamando a turma amazonense para conversar. Isso já foi feito com o governador e aliado Eduardo Braga, que recebeu a missão de trabalhar pela unificação da chapa aliada no Amazonas, com o candidato do presidente, o ministro Alfredo Nascimento e deverão ainda encontrar-se com o presidente o pré-candidato Omar Aziz e o outro aliado, prefeito de Manaus Amazonino Mendes (PTB), que vem rasgando elogios ao Governo.

O fato, é que o governador Eduardo Braga, que alicerçou a pré-candidatura de Omar, não esperava ser colocado na parede pelo chefão, mas o pior aconteceu. Mesmo sendo um bom jogador político, com muito jogo de cintura, estratégia, poder de presuarção e discurso fácil, essa certamente não será tarefa fácil, nem mesmo para um exímio jogador como ele.

Na entrevista que li e ouvi do vice-governador Omar Aziz, dizendo que espera estar inserido no contexto dessa negociação política, ele não parece estar disposto a desistir de graça dessa pré-candidatura.

Como também existe a moeda de troca na política, quem sabe, se uma conversa de pé-de-ouvido com Omar, quem sabe integrando a chapa de Nascimento na qualidade de vice-governador, cargo que ele já está bem acostumado a exercer, essa situação possa ser resolvida. Essa é apenas uma hipótese e naturalmente, poderá acontecer ou não. São coisas de política e de políticos.

Outro interesse do presidente Lula em dar as cartas para um palanque único aliado no Amazonas, esbarra no interesse do presidente da República na sucessão estadual do Rio de Janeiro, onde Lula trabalha pela saída de campo do ex-governador fluminense Garotinho, evitando complicações para uma aliança com o governador Sérgio Cabral (PMDB). Com a desistência de Baga, ou seja, o PMDB apoiar a candidatura de Aziz, é mais fácil limpar a área da presença de Antony Garotinho e com isso, facilitar a vida eleitoral da ministra Dilma Roussef, no Rio de Janeiro.

Como se pode notar, as articulações serão difíceis e Eduardo Braga, deverá trabalhar com muita paciência e tato para ter sucesso na missão atribuída a ele pelo presidente Lula, com final marcado para meados de março. Estamos na expectativa.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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