Ao inspecionar as obras da ponte sobre o Rio Negro, certamente um marco da sua administração, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PTB), que caminhou pela pista da ponte acompanhado de vários auxiliares e lideranças políticas e tomou um suculento café da manhã no canteiro de obras, aproveitou a oportunidade para colocar os pingos nos is e desfazer um boato que estava sendo plantado na imprensa brasileira pelo jornalista brasiliense Claudio Humberto, que segundo ele, Lula achava que poderia ser traído por Braga que teria se encontrado em São Paulo, com o governador José Serra, pré-candidato a presidência da República pelo PSDB.
Para quem não se lembra, é bom recordar. Esse irrequieto jornalista, que é natural do Rio Grande Norte e vive a muitos anos em Brasília, foi o braço direito do ex-presidente Fernando Collor de Melo, e foi o criador do “slogan” tomou levou, que terminou sendo uma das marcas registradas da era Collor, aquele que tinha ou tem “aquilo roxo”.
Na verdade, no Amazonas, nunca ninguém duvidou do apoio integral e até incondicional do governador Eduardo Braga a candidato do PT e do presidente Lula a presidência da República, a toda poderosa ministra chefa da Casa Civil Dilma Roussef.
Ontem, Eduardo Braga, acabou com a plantação do jornalista brasiliense, segundo ele, talvez a trabalho de alguém e derrubou a plantação, dizendo com todas as letras que é sim amigo e aliado político do presidente Lula e sua candidata é a Dilma. Ponto final.
O que se discute nas rodas políticas do Estado é quem o governador Braga vai apoiar para a sua sucessão, ele que deverá deixar o cargo para se candidatar a uma garantida eleição ao Senado da República, ao lado do senador Artur Neto, do PSDB, também com grande potencial eleitoral. A grande interrogação reside nesse ponto e não do apoio governamental a sucessão presidencial. Isso há muito está definido e sem chances de mudança.
Todos sabem, que o candidato ao Governo do Amazonas do presidente Lula, embora cada Estado tenha uma história e alianças políticas diferentes, é o senador licenciado do PR, atual ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. Lula tem motivos de sobra para apoiar Nascimento. Primeiro, pelo convívio que mantém com ele na qualidade de seu ministro e segundo, porque interessa muito ao seu Partido a sua eleição.
Alfredo ganhando a parada, o PR perderá um senador e o PT ganhará um aliado no Governo e de quebra um senador titular. É isso mesmo, com a vitória de Nascimento ao Governo do Estado, o senador-suplente João Pedro, do PT, assumirá na condição de titular, logo, a eleição de Nascimento é importante para o presidente Lula, para o seu particularmente para o senador João Pedro que deverá ser o maior cabo eleitoral do candidato Alfredo Nascimento, devendo contar naturalmente, com a forte militância do PT no Amazonas.
Para observadores políticos, o apoio ao presidente Lula por parte de Eduardo
Braga deverá acontecer apenas para a candidatura Dilma e não a de Nascimento. Pelo andar da carruagem, até pelas viagens que os dois tem feito pelo interior, a exemplo de Lula e Dilma, o candidato de Braga, pelo que tudo leva a crer, deverá ser mesmo o vice-governador Omar As (PMN), o que certamente não deverá agradar muito ao amigo e aliado Lula.
O certo é que essa situação, embora em política tudo seja possível, deixa de certa forma o governador Eduardo Braga numa tremenda saia justa. Como as coisas ainda estão apenas no campo das especulações e nada ainda foi oficialmente definido, o que deverá ocorrer até junho, vamos aguardar ver como as coisas se comportarão e o anuncio final de Eduardo Braga, anunciando o nome de seu candidato ao Governo, que certamente estará entre Omar, com grandes possibilidades e de Nascimento, em função do presidente Lula. Vamos esperar.
Outra questão onde os pingos foram devidamente colocados nos is, diz respeito à insistente pretensão do Ministério Público em cassar o mandato do prefeito Amazonino Mendes, que nas urnas colocou um caldeirão de votos em cima do seu oponente Serafim Correa (PSB). O pleno do TER apreciou o recurso do MPE confirmou que absolvição de Amazonino que já tinha ocorrido num primeiro momento, no julgamento realizado em novembro do ano passado.
Os pingos foram colocados nos is e dessa forma nada muda nada se altera e Mendes continua governando plenamente a cidade e segundo ele, com grandes planos para a cidade, inclusive com vistas a Copa do Mundo de 2014, numa grande parceria com o Governo do Estado.
Não sei agora qual será posicionamento do Ministério Público, se tentará a sua luta para cassar o mandato de Amazonino, caso ainda possa apresentar algum recurso em esferas superiores, ou se será obrigado a engolir a derrota e ver o prefeito continuar o seu trabalho, como sempre, aprovado por uns e reprovado por outros. Coisas de política.
Até tento entender a posição do Ministério Público. Quero antes de mais nada dizer que não sou advogado e muito menos defensor do Sr. Amazonino Mendes. O que defendo é o direito da maioria e foi uma maioria esmagadora que elegeu o prefeito, logo, os votos que sobraram e com abundância, não podem ou não ser vistos como sufrágios comprados, isso seria desqualificar a vontade popular que acertando ou errando, resolver eleger Amazonino Prefeito de Manaus.
Vamos aguardar agora, que o povo fique atento ao trabalho que vem sendo realizado, as promessas feitas em campanha se estão sendo cumpridas, se a administração está sendo feita com probidade e transparência, se o dinheiro público, fruto dos nossos impostos está sendo aplicado com zelo e correção, e aí sim, o povo saberá se deverá cassá-lo ou não, mas se isso ocorrer, será nas urnas, nas próximas eleições pela força da vontade popular, através do voto, a grande arma democrático do povo. Isso é praticar democracia.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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