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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fome x Crack
                                                                                                 
                                                                                                     *Humberto Figliuolo

“Enquanto houver, neste País, um só homem sem trabalho, sem pão, sem saúde, sem teto e sem letras, toda a prosperidade será falsa” – Presidente Tancredo Neves.

Em seu primeiro discurso, a presidente eleita Dilma Roussef, disse que os brasileiros não podem descansar enquanto houver fome e o crack reinando no Brasil, e pediu apoio de todos. Binômio de problemas de difícil solução, mas vamos à luta, até encontrarmos o caminho. Acrescento o analfabetismo.

O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado nas últimas décadas caracterizou-se pela excessiva concentração, resultando numa qualidade de vida e em perfis de saúde, educação que não correspondem ao grau de desenvolvimento econômico atingido. Na América Latina, alguns paises menos desenvolvidos que o Brasil apresentam condições sensivelmente melhores que os nossos.

O Brasil tem milhões de jovens considerados em área de risco, eles não completaram o ensino fundamental e estão sem emprego, tornando-se mais vulneráveis a violência e aos tóxicos.

Tem se debatido exaustivamente estes problemas e suas dolorosas consequências, assuntos que hoje se apresentam mais graves do que nunca. Essa mácula é de todas as cidades brasileiras.

Segundo resultados de pesquisas realizadas por equipes multiprofissional, a extensão do mal é elástica, fruto em grande parte, da miséria e da falta de uma assistência mais ampla e eficiente do Poder Público. A nossa juventude merece ser respeitada, pois ela representa a esperança de um futuro melhor para a nossa pátria. Como sugestão, eu proponho à criação na rede pública de saúde as clinicas especializadas para atendimento desses pacientes necessitados, com profissionais especializados.

Para essa lastimável situação concorrem diversos fatores de natureza cultural, social econômico, pois as pessoas, na sociedade, têm seu valor medido segundo sua capacidade e força de trabalho, ficando os flagelados em posição de evidente inferioridade, por estarem com sua produtividade não só comprometida como até, literalmente exaurida.

Em nossa cidade hoje, existe um alto índice de adolescentes iniciando ou até mesmo vivenciando uma experiência de drogatizacão. Esta bola de neve cresce desgovernada, alcança cada vez mais vitimas que estão na mira de muitos que ganham com este tipo de miséria. O que fazer, e como?

Nos tempos atuais, em que grandes mudanças ocorrem rapidamente em todos os níveis, precisamos de menos debates sobre diferentes modelos e mais ênfase na indispensabilidade de governos eficazes. Tenho certeza que essa chaga do vicio aos tóxicos, tem ferido profundamente a sociedade. Temos que ter o compromisso para a erradicação desse inimigo implacável e assim ficaremos com a consciência tranquila de termos contribuído com esse assunto de extraordinária atualidade na vida de nossas comunidades.

É uma tarefa que exige humanidade, disciplina, determinação e idealismo inabalável.

Se não conseguirmos o nosso intento de fazê-los retornar para uma vida normal, saudável e livre dos malefícios que a droga traz que ao menos consigamos evitar que mais jovens entrem para este mundo tão pecaminoso.

Vamos salvar os jovens de entrar nesse flagelo social. Isto é factível. Para fazê-lo precisamos, antes de qualquer coisa, clareza de propósito. E depois muito empenho, muito trabalho, e vigilância permanente das instituições e a cobrança de todos nos.

* Humberto Figliuolo é da Academia Amazonense Maçônica de Letras, Farmaceutico e empresário.



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