Manicoré - O prefeito de Manicoré, Manoel Galdino (DEM), foi obrigado a interromper um tratamento de saúde no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília (DF), para reassumir, ontem, a prefeitura do município, 419 km de Manaus, sob a ameaça de ser cassado pela Câmara Municipal da cidade. “Os vereadores, liderados pela ala de oposição, realizaram uma sessão e decidiram não aceitar o atestado médico que permitia o meu afastamento das atividades como prefeito”, esclareceu o democrata, que não foi oficialmente comunicado sobre a decisão dos parlamentares manicoreenses. “Soube da notícia por um dos vereadores que compõem a ala governista na Câmara”, garantiu.
Nena, como o prefeito é conhecido em Manicoré, chegou a Manaus no início da madrugada de ontem e, pela manhã, viajou, em avião fretado, para o município. “Vamos solicitar a ata da reunião dos vereadores para verificar o embasamento jurídico que eles utilizaram para a decisão que negou o meu pedido de afastamento”, avisou Nena, que há quatro meses utiliza uma cadeira de rodas para locomoção após sofrer uma tentativa de homicídio, em janeiro deste ano.
Como primeiro ato, após reassumir a prefeitura, Manoel Galdino fará uma reunião de emergência com o secretariado para discutir as circunstâncias que levaram os vereadores do município a negar o pedido de licença por motivos de saúde. Além da polêmica, Nena ainda terá que correr contra o tempo para obedecer a uma liminar concedida pelo desembargador Flávio Pascarelli, que obriga a prefeitura a repassar R$ 166 mil para a Câmara Municipal, em 48 horas, ou seja, até a próxima terça-feira. “Se não conseguirmos contornar a situação, teremos um enorme buraco nos cofres públicos que já sofre com a baixa arrecadação e a reduzida entrada de receitas”, explanou.
Saúde debilitada
Após o atentado sofrido em janeiro deste ano, em que dois homens armados com revólveres dispararam cinco tiros contra Manoel Galdino, o prefeito ainda não chegou a passar um mês no cargo de prefeito. Na tentativa de homicídio, Nena perdeu um dos rins e os movimentos dos membros inferiores obrigando o prefeito a se submeter a tratamento e medicação permanentes. “Não posso ficar muito tempo sentado por causa de dores e formigamentos nas pernas”, justifica Nena que há duas semanas realizava tratamento de reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek. “Reassumirei a prefeitura, mas em dois ou três dias terei que pedir outro afastamento, agora de 90 dias, para retomar o tratamento em Brasília”, completa. “Os médicos informam que minha saúde é estável, mas que necessitará de tempo para que eles possam diagnosticar um tratamento específico”, antecipou, ao descartar a possibilidade de renunciar em função dos problemas de saúde.
domingo, 26 de julho de 2009
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