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sábado, 26 de março de 2011

Manaus que eu vi e vivi!


                                                                                                                                                                    *Almir Barros Carlos

Manaus, na década de 60, tinha pouco mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta mil)habitantes. Cidade pacata, acolhedora,sedutora e que facilmente conquistava quem a visitasse; tínhamos um ditado que dizia: "Quem come jaraqui, não sai mais daqui!". Para se ter uma ideia de como era Manaus nessa época,tínhamos apenas uma saída da cidade, a AV. João Coelho, hoje, Constantino Nery.

 Depois da Bola do Olympico, era considerada Zona Rural. Lembro que o Colégio Solon de Lucena,onde mais tarde fui seu Diretor, localizava-se na Rodovia AM-010 Km 03.L´, mais a frente a Zona Fria...

Logo após a Ponte dos Bilhares, ao lado direito, era o Cabaré da Verônica (ainda não existia Cidade Jardim), apenas o Retiro Maromba, mais a frente, onde ficou hospedada a Delegação da Seleção Brasileira de Futebol em 1970 ,escolhido por ser um local afastado da cidade. Mais a frente, à esquerda, o Bosque Clube e, entre este e a Chácara do Dr.Guilherme Nery, outro Cabaré, o Sanghri-lá, onde, segundo alguns, aconteceu a primeira briga entre Waldick Soriano e Tigre do Amazonas, Salim Dib (dedicarei uma crônica sobre o assunto em breve).

Mais adiante, o Clube Sírio e Libanês e a Usina Londrina, o resto era mato, até o Hospício e a seguir, Estrada, chegando a uma pontezinha até o Abrigo dos Arigós, ao lado da Frigelo, na entrada do Conjunto Duque de Caxias, após o Aeroclube e, bem em frente ao Clube Municipal. Não existia nada mais, nenhum desses conjuntos e bairros de hoje: D. Pedro, Alvorada, Ajuricaba, Campos Elísios,Santos Dumont, Cidade Nova, enfim... depois do Hospício, somente o Solar da Olímpia, restaurante famoso por oferecer uma deliciosa Bacalhoada e alguns balneários e Cabarés, como, o Rosa de Maio, ao lado do hoje Motel Detalhes, o La Hoje, entre o Aeroclube e a entrada do bairro da União, e o Angelus, onde hoje se localiza o Cobra`s Motel (vale ressaltar que para ter acesso, somente pela João Coelho, pois não existia Djalma Batista).

 Pela Rua Recife, após passarmos pela Vila Municipal,local bucólico, onde existiam diversas chácaras, chegávamos ao Clube Acapulco, o "point" de Manaus; Cassino famoso, onde se apresentaram as principais estrelas de nossa música, como: Dalva de Oliveira, Cauby Peixoto, Waldick Soriano, Ângela Maria, Pery Ribeiro...e um pouco mais a frente o fabuloso Balneário do Parque Dez, muito frequentado pelas famílias manauaras.

À direita, onde hoje se localiza a Efigênio Sales, era a Estrada do V-8. Fico lembrando do Bairro de São Raimundo, com o estádio da Colina, do Bairro do Santo Antonio, da Glória, do Morro do Bode, da Estrada do Bombeamento, hoje Ponta do Ismael, da Fábrica de Compensados, que deu nome ao Bairro da Compensa,terras que pertenciam à viúva Borel, da Estrada da Jonasa, onde se localizava o Cabaré Florestas! Fecho os olhos, dou rédeas à imaginação e me delicio, lembrando também do Beco do Macedo e do saudoso e querido Parque Amazonense,de tantos jogos inesquecível Para a Zona Sul, os Bairros da Praça 14, onde sempre se estabeleciam Circos, como o famoso Circo Garcia, que teve inclusive apresentação do Rei Roberto Carlos, salvo engano em 1966

A seguir o Bairro de Cachoeirinha, Educandos, Morro da Liberdade e o venusto Aeroporto de Ponta Pelada, onde várias noitadas foram "curtidas" em seu aconchegante terraço!

Que beleza era minha cidade, minha Manaus cabocla! O que fizeram de ti, em nome do inexorável progresso ? e nada fizemos para impedir essa criminosa destruição de teus límpidos igarapés e cachoeiras, como as do Tarumãzinho e do Tarumã Grande, da Ponte da Bolívia, do Mindu (dos padres Redentoristas) e da própria

Passivamente deixamos que tirassem o teu sorriso, não demonstramos filáucia, ficamos inertes, acomodados...

Desculpe Manaus, por um filho teu, não ter ido à luta, quando mais precisavas, agonizavas,sofrias mutações e nós, em estado letárgico, não nos dávamos conta de teu sofrimento, de tuas angústias,de teu fenecer...

*Almir Barros Carlos, Pedagogo, com Especialização em Gestão Escolar, Mestre em Educação. Professor da Rede Pública de Ensino e da UEA, Ex Diretor da Escola Solon de Lucena e M.`.M.`., escreve sempre neste endereço.











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