Fonte:
Asscom, Incra, Am
Anamã, AM
- Num passado recente, há dois ou três
meses, onde hoje é só água, eram terras de várzeas férteis, com plantações de
verduras nos assentamentos, hoje com a grande enchente dos rios Negro e
Solimões, a maior da história registrando 30,13 metros acima do nível do mar,
a realidade dos assentamentos de várzea no Amazonas é outra.
A
superintendente Socorro Feitosa que no
dia de Santo Antonio participou do início da entrega de mil cestas básicas
para assentamentos da reforma agrária nos municípios de Anamã, Beruri e
Caapiranga, na comunidade de Santa Maria, resolveu esticar a viagem pelo PASE
Cabaliana II, em Anamã, para observar de perto a situação dos beneficiários
da reforma agrária e a grande enchente. Paisagem é maravilhosa e encantaria
qualquer turista gringo e o que é belo para eles é drástico e perigoso para
os ribeirinhos, que vivem em suas casas literalmente alagadas, com assoalho
com “marombas” sem produção, com racionamento de alimentação, água e muitos
outros problemas provocados pela enchente, que este ano superou todas as
expectativas.
QUADRO DESOLADOR
Na
companhia do seu Francisco da Silva Neves (Chicó), em uma lancha “voadeira”,
a superintendente teve a oportunidade de navegar em meio às casas no
assentamento, onde as vias de acesso que davam lugar as bicicletas,
transporte com tração animal e motos, hoje só se consegue locomover em
pequenas e embarcações. Tudo virou um grande rio e um fenomenal igapó, o que
facilita a alimentação das famílias que pescam sem muitas dificuldades peixes
de diferentes variedades como sardinhas e pacus.
Navegando
numa possante “voadeira” pelas “ruas do assentamento”, Socorro Feitosa,
atracava nas casas, onde as janelas foram transformadas em portas em função
das marombas e procurava saber detalhes de como estavam convivendo com o
problema.
O que mais
chamou a atenção da superintendente, é que mesmo atravessando grandes dificuldades,
inclusive para a locomoção de uma casa o fato de mesmo diante de um quadro
tão desesperador, os assentados ainda conseguem sorrir e não perderam a
esperança, com a certeza de que o “amanhã será farto e melhor”, quando as
águas descerem ao nível normal.
PERIGO
Com a
enchente tomando conta do PAE Cabaliana II, o perigo é grande e os assentados
estão sujeitos a picadas de cobras, choques de poraquês (o peixe-elétrico),
ferradas de Arrais e ainda Possi eis ataques dos temidos jacarés que circulam
livremente pelo Igapó.
Enquanto
os pais ficam preocupados com a situação e vigilantes aos perigos e se
divertem com a brincadeira de pular na água e de manja, sem pensar que estão
arriscando a vida, uma vez que os fios elétricos vivem quebrando e como a
água é uma fonte de transmissão de energia elétrica o perigo e eminente, mas
felizmente até agora nada de anormal aconteceu.
Por outro
lado, o seu “Chicó”, devolveu um pouco de sossego as comunidades quando conseguiu
fisgar um jacaré de aproximadamente 3 metros que ameaça a comunidade, mas
terminou preso a uma armadilha de pescador.
Fato que
deixou menos angustiada a superintendente do INCRA foi à resistência a
enchente das casas construídas com Crédito Habitação, que mesmo sendo de
madeira, por se tratar de várzea, continua firmes agüentando a enchente, sem
maiores danos na estrutura. Nada que uma pi9ntura após a enchente não
resolva.
PREJUÍZO TOTAL
Seu
“Chicó”, numa conversa com a superintendente Socorro Feitosa, falou das
necessidades que estão passando, mas em nenhum momento demonstrou fracasso e
desesperança, aguardando com tranqüilidade o futuro, quando dentro de pouco
tempo, já a partir de agosto, com as terras de várzeas adubadas naturalmente
pelas águas, voltarão a produzir com força total, o que marcará o retorno à
normalidade na vida no assentamento.
“Perdemos
tudo com a enchente, mas não perdemos a esperança e nem a vontade de
continuar aqui, e com a força do nosso trabalho, determinação e ajuda de
Deus, o amanhã será melhor, principalmente agora que contamos com a
participação do INCRA em nossas vidas, que está transformando para melhor dia
a dia a nossa realidade” – disse o presidente da Associação.
Durante a
viagem pelo interior do assentamento, chamava a atenção das mudas de bananeiras
e manivas (mudas de mandioca e macaxeira) estocadas em marombas, o mesmo
ocorrendo com animais, como bois, podes, cães, porcos e galinhas, também em
marombas acanhadas mas os patos se dão bem e nadam a vontade aproveitando
integralmente a enchente.
“VIGILANATES E ABNEGADOS”
Impressionada
com tudo o que testemunhou e os graves problemas provocados pela enchente que
os assentados ribeirinhos enfrentam com esperança e determinação, Socorro
Feitosa, que sempre defendeu a chegada do INCRA a esses povos tradicionais,
afirmou a certa altura, que “esses ribeirinhos, além de vigilantes e
ocupantes das várzeas, tem cuidados especiais com a natureza, pois tudo que
colhem para a sobrevivência vem da
própria natureza que ales ajudam a cuidar e preservar.
Feliz pela
presença do INCRA nessas áreas, onde estão os varzeiros, Feitosa vê o
trabalho do INCRA nesses assentamentos sustentáveis com uma grande
importância socioeconômica, melhorando a vida desses brasileiros da Amazônia,
oferecendo dignidade e inclusão social.
Disse
ainda à superintendente que “com a chegada do INCRA as áreas de várzeas e de
outros órgãos, demonstra claramente a preocupação do Governo Federal e
melhorar a vida de todos, com a chegada das políticas da reforma agrária, do
Luz Para Todos, da Secretaria de Patrimônio da União, que abraçou esse
trabalho nas vár4zeas e de outros programas, e com isso, o Governo Federal
demonstra claramente a sua preocupação com esses brasileiros”.
Segundo
Feitosa, “o trabalho é difícil e desafiador, mas com seriedade, determinação,
competência e vontade de fazer e promover a reforma agrária no Amazonas, os
desafios serão vencidos e fez questão de elogiar a competência das equipes de
campo e de escritório do INCRA que estão atentas a todos esses fatos” –
concluiu.
Asscom, INCRA-AM
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