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sábado, 16 de junho de 2012


SUPERINTENDENTE VÊ ENCHENTE EM  
ASSENTAMENTOS DO INCRA NO AMAZONAS

Fonte: Asscom, Incra, Am
Anamã, AM - Num passado recente,  há dois ou três meses, onde hoje é só água, eram terras de várzeas férteis, com plantações de verduras nos assentamentos, hoje com a grande enchente dos rios Negro e Solimões, a maior da história registrando 30,13 metros acima do nível do mar, a realidade dos assentamentos de várzea no Amazonas é outra.
A superintendente  Socorro Feitosa que no dia de Santo Antonio participou do início da entrega de mil cestas básicas para assentamentos da reforma agrária nos municípios de Anamã, Beruri e Caapiranga, na comunidade de Santa Maria, resolveu esticar a viagem pelo PASE Cabaliana II, em Anamã, para observar de perto a situação dos beneficiários da reforma agrária e a grande enchente. Paisagem é maravilhosa e encantaria qualquer turista gringo e o que é belo para eles é drástico e perigoso para os ribeirinhos, que vivem em suas casas literalmente alagadas, com assoalho com “marombas” sem produção, com racionamento de alimentação, água e muitos outros problemas provocados pela enchente, que este ano superou todas as expectativas.
QUADRO DESOLADOR
Na companhia do seu Francisco da Silva Neves (Chicó), em uma lancha “voadeira”, a superintendente teve a oportunidade de navegar em meio às casas no assentamento, onde as vias de acesso que davam lugar as bicicletas, transporte com tração animal e motos, hoje só se consegue locomover em pequenas e embarcações. Tudo virou um grande rio e um fenomenal igapó, o que facilita a alimentação das famílias que pescam sem muitas dificuldades peixes de diferentes variedades como sardinhas e pacus.
Navegando numa possante “voadeira” pelas “ruas do assentamento”, Socorro Feitosa, atracava nas casas, onde as janelas foram transformadas em portas em função das marombas e procurava saber detalhes de como estavam convivendo com o problema.
O que mais chamou a atenção da superintendente, é que mesmo atravessando grandes dificuldades, inclusive para a locomoção de uma casa o fato de mesmo diante de um quadro tão desesperador, os assentados ainda conseguem sorrir e não perderam a esperança, com a certeza de que o “amanhã será farto e melhor”, quando as águas descerem ao nível normal.
PERIGO
Com a enchente tomando conta do PAE Cabaliana II, o perigo é grande e os assentados estão sujeitos a picadas de cobras, choques de poraquês (o peixe-elétrico), ferradas de Arrais e ainda Possi eis ataques dos temidos jacarés que circulam livremente pelo Igapó.
Enquanto os pais ficam preocupados com a situação e vigilantes aos perigos e se divertem com a brincadeira de pular na água e de manja, sem pensar que estão arriscando a vida, uma vez que os fios elétricos vivem quebrando e como a água é uma fonte de transmissão de energia elétrica o perigo e eminente, mas felizmente até agora nada de anormal aconteceu.
Por outro lado, o seu “Chicó”, devolveu um pouco de sossego as comunidades quando conseguiu fisgar um jacaré de aproximadamente 3 metros que ameaça a comunidade, mas terminou preso a uma armadilha de pescador.
Fato que deixou menos angustiada a superintendente do INCRA foi à resistência a enchente das casas construídas com Crédito Habitação, que mesmo sendo de madeira, por se tratar de várzea, continua firmes agüentando a enchente, sem maiores danos na estrutura. Nada que uma pi9ntura após a enchente não resolva.

PREJUÍZO TOTAL
Seu “Chicó”, numa conversa com a superintendente Socorro Feitosa, falou das necessidades que estão passando, mas em nenhum momento demonstrou fracasso e desesperança, aguardando com tranqüilidade o futuro, quando dentro de pouco tempo, já a partir de agosto, com as terras de várzeas adubadas naturalmente pelas águas, voltarão a produzir com força total, o que marcará o retorno à normalidade na vida no assentamento.
“Perdemos tudo com a enchente, mas não perdemos a esperança e nem a vontade de continuar aqui, e com a força do nosso trabalho, determinação e ajuda de Deus, o amanhã será melhor, principalmente agora que contamos com a participação do INCRA em nossas vidas, que está transformando para melhor dia a dia a nossa realidade” – disse o presidente da Associação.
Durante a viagem pelo interior do assentamento, chamava a atenção das mudas de bananeiras e manivas (mudas de mandioca e macaxeira) estocadas em marombas, o mesmo ocorrendo com animais, como bois, podes, cães, porcos e galinhas, também em marombas acanhadas mas os patos se dão bem e nadam a vontade aproveitando integralmente a enchente.
“VIGILANATES E ABNEGADOS”
Impressionada com tudo o que testemunhou e os graves problemas provocados pela enchente que os assentados ribeirinhos enfrentam com esperança e determinação, Socorro Feitosa, que sempre defendeu a chegada do INCRA a esses povos tradicionais, afirmou a certa altura, que “esses ribeirinhos, além de vigilantes e ocupantes das várzeas, tem cuidados especiais com a natureza, pois tudo que colhem para  a sobrevivência vem da própria natureza que ales ajudam a cuidar e preservar.
Feliz pela presença do INCRA nessas áreas, onde estão os varzeiros, Feitosa vê o trabalho do INCRA nesses assentamentos sustentáveis com uma grande importância socioeconômica, melhorando a vida desses brasileiros da Amazônia, oferecendo dignidade e inclusão social.
Disse ainda à superintendente que “com a chegada do INCRA as áreas de várzeas e de outros órgãos, demonstra claramente a preocupação do Governo Federal e melhorar a vida de todos, com a chegada das políticas da reforma agrária, do Luz Para Todos, da Secretaria de Patrimônio da União, que abraçou esse trabalho nas vár4zeas e de outros programas, e com isso, o Governo Federal demonstra claramente a sua preocupação com esses brasileiros”.
Segundo Feitosa, “o trabalho é difícil e desafiador, mas com seriedade, determinação, competência e vontade de fazer e promover a reforma agrária no Amazonas, os desafios serão vencidos e fez questão de elogiar a competência das equipes de campo e de escritório do INCRA que estão atentas a todos esses fatos” – concluiu.
Asscom, INCRA-AM


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