NOVO PARTIDO E UM SÓ CACIQUE
*Osny Araujo
Atendendo a convite formulado pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kasab, ex-democrata, o governador Omar Aziz, que foi eleito pelo PMN, arrumou as malas e no domingo, ao lado do arquiteto do novo partido político brasileiro, assumiu a presidência do PSD, prometendo integral apoio político ao seu maior cabo eleitoral, o senador Eduardo Braga (PMDB) e a presidente Dilma Roussef, (PT).
Na verdade, o PSD surge no momento em que a sonhada reforma política, que dorme há vários anos nas frias gavetas do Congresso Nacional, começa a caminhar com um pouco mais de celeridade, por isso, a pressa de Kasab em viabilizar o novo Partido, prometendo dar uma maior dinâmica na política brasileira, sem passar pela chamada turma dos “nanicos”, pleiteando ser um dos grandes no cenário político nacional.
Omar Aziz, agora falando como presidente do PSD amazonense, uma nova vertente no nosso cenário político, deixou claro que não quer dividir essa liderança política com ninguém, por isso, não acredita que o prefeito Amazonino Mendes, (PTB), que não anda bem com o partido, possa vir a se filiar a nova agremiação partidária, considerando que o PSD ainda não comporta duas lideranças, ou seja, dois caciques.
Quando Omar falou que ficará ao lado de Eduardo Braga em 2012, aguçou a curiosidade dos observadores políticos sobre as eleições municipais, deixando no ar a possibilidade do senador disputar o cargo que já foi exercido por ele, o de prefeito de Manaus. Essa possibilidade está apenas no campo das especulações, fatos naturais em política.
O que se pode afirmar, é que essa possibilidade é real, uma vez que como senador da República, para um mandato de oito anos, Eduardo Braga entraria na disputa como franco atirador. Se vencer, assume a Prefeitura e no caso de uma derrota, ressume a sua cadeira no Senado da República. Se vencer a eleição, Braga ainda sairá mais fortalecido, uma vez que a vaga no Senado será assumida pela sua mulher Sandra Braga, na condição da primeira suplente. Tudo estará em casa e de maneira muito confortável.
Político experiente, um dos caciques da política amazonense, Amazonino Mendes, disse através de sua assessoria que não se manifestará a respeito. Como em política tudo é possível e como governador e o prefeito mantêm um bom relacionamento, quem sabe ainda não conversem e cheguem a um acordo, desde que Amazonino não figure como um cacique do novo partido e as cartas sejam dadas exclusivamente por Omar. De acordo com o pensamento do mandatário do PSD no Amazonas, Amazonino poderá funcionar apenas como um tuxaua e nunca como cacique. O melhor que se tem a fazer neste momento é esperar, até porque, estamos falando de política, logo...
Esse casamento político entre o prefeito Gilberto Kasab e o governador Omar Aziz, poderá ser benéfico para o Amazonas, considerando a forte ligação que o Amazonas tem São Paulo em função da Zona Franca de Manaus, onde estão os gabinetes de grandes indústrias que atuam no nosso Pólo Industrial estão instalados na capital bandeirante, para onde é destinada uma grande parte da produção do PIM e essa parceria, poderá fortalecer sim, a Zona Franca de Manaus.
O governador amazonense está coberto de razão quando afirmou em seu discurso no domingo, que não podemos e nem devemos ver São Paulo como um inimigo e sim como um amigo e parceiro. Está certo, governador. Brigar com o todo poderoso estado paulista não é coisa muito boa e nem inteligente pela sua força política, econômica e porque, não podemos esquecer que um cidadão que detesta a Zona Franca e o Amazonas, de nome José Serra é de lá, por isso, é bom fazer alianças interessantes como a que ocorre gora com essa articulação política envolvendo o prefeito Kasab que politicamente deverá formar na primeira fila no estado de São Paulo como um forte aliado do Amazonas e da Zona Franca de Manaus. (Postagem simultânea nos sites noticianahora, amazonianarede. Tadeudesouza e blog jornalismo eclético).
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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