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segunda-feira, 17 de junho de 2013



JUSTA HOMENAGEM
                                                                             Osny Araújo*
Através deste artigo, quero me associar à justa e merecida homenagem prestada pela Assembleia Legislativa do Estado, a um caboclo, que se transformou num grande nome nacional na advocacia e na política, por isso, foi o relator da nossa Constituição de 88, que comemora 25 anos, numa disputa que travou na Assembleia Nacional Constituinte, presidida à época pelo saudoso deputado federal Ulisses Guimarães (PMDB), com nada mais, nada menos que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Refiro-me ao velho amigo, advogado José Bernardo Cabral,ex-presidente nacional da OAB, ex-deputado federal, ex-ministro da Justiça, ex-senador e relator da Constituinte, que deu origem a “Constituição Cidadã”, assim batizada por Ulisses Guimarães por ocasião da sua promulgação.

Recordo que em várias oportunidades, ainda atuando no centenário Jornal do Comércio e como chefe de jornalismo da então TV Baré, hoje TV Acrítica, fui a Brasília entrevista-lo numa missão quase impossível. O homenageado “fugia” do seu gabinete na Câmara dos Deputados para se debruçar sobre a relatoria da Constituição em locais fora da Câmara para fugir aos assédios e só o encontrava com a ajuda da amiga Marisa Seroa da Mota, ex-presidente da extinta EMANTUR, então secretária de Cabral que me confidenciava o esconderijo e assim facilitava a minha missão.

A sua preocupação com o futuro da Zona Franca de Manaus, já naquela oportunidade era uma das grandes preocupações do relator e ao concluir o texto lá estava o Amazonas inserido com garantias para a constitucionalidade desse que é o maior e mais vitorioso modelo regional de desenvolvimento socioeconômico que se tem notícia no Brasil e Cabral, tem uma importante participação em todo esse processo.

Ser humano nacionalista, ético, culto e inteligente, assumiu a relatoria da Constituição com o objetivo de construí-la justa, moderna e com um olhar futurista, por isso, enfrentou muitos lobis de políticos que não queriam uma constituição nacional e sim privilegiando regiões, mas Cabral conseguiu vencer todas as resistências e impor a sua marca na construção da Lei maior do País, em plena vigência.

O então relator ouvia constantemente dos parlamentares que não eram atendidos em seus pleitos fisiológicos que a nova Constituição não duraria seis meses e este ano, comemora vinte e cinco anos. Como dizia Ulisses, que essa Constituição tinha e tem o cheiro do amanhã, do futuro e não de mofo.

O fato é que essa construção arquitetada por um amazônida, ou melhor, por um caboclo amazonense, colocou o Brasil nos trilhos da modernidade, buscou meios para que o Brasil se tornasse um país mais justo e igualitário. Uma façanha na qual poucos acreditavam, da qual Cabral não arredou o pé um só milímetro, convicto da importância do trabalho que realizava, olhando o Brasil e os brasileiros como um todo e igualitário e assim foi feito e nasceu finalmente a Constituição Cidadã.

Infelizmente José Bernardo Cabral, um político e advogado probo, por ironia do destino e pela falta de compreensão dos eleitores amazonenses, que não o reconduziram para o Senado, para onde havia sido eleito anteriormente, resolveu se aposentar da vida política, assim como a advocacia e hoje, vive e muito bem, graças ao G.`. A.`.D.`.U.`., apenas trabalhando com consultorias, após ter escrito o seu nome nas histórias do Amazonas e do Brasil. Parabéns velho e querido amigo.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

E-mail: osnyaraujo@bol.com.br – amazonianarede@gmail.c

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