UM
PAÍS DO FAZ DE CONTA
Osny Araújo
O Brasil, país maravilhoso, lindo, diversificado, com regiões bem diferenciadas, com um povo festeiro e alegre, parece mesmo ser um país do faz de conta e tudo por culpa, especialmente dos políticos, pois que estão no Executivo, Legislativo e indicam os componentes do Judiciário, mas as ações em favor da sociedade são poucas irrelevantes e somente quando acontecem coisas catastróficas, as autoridades se movimentam.
Agora, em função do triste
episódio ocorrido na cidade gaucha de Santa Maria no Rio Grande do Sul, com
mais de duzentas mortes e centenas de feridos no início da boate irregular
Kiss, as autoridades se movimentam de norte e sul, de leste a oeste para
fiscalizar como estão funcionando as casas noturnas (shows, danceterias,
boates, casas de espetáculos. etc.) e algumas providências começam a ser
tomadas.
Se o episódio na cidade gaúcha
não tivesse ocorrido, tudo estaria bem e as casas, irregulares e sem a mínima
segurança para os freqüentadores, estariam em pleno funcionamento e com Alvarás
de funcionamento e tudo, dando plenas condições para o funcionamento das
espeluncas espalhadas pelo Brasil.
No caso específico do Rio
Grande do Sul, a Polícia já prendeu preventivamente dois empresários
proprietários da boate e dois membros do conjunto musical. Tudo bem entendo que
esse é o caminho, mas não se tem informações, pelo menos até o momento, de como
a Casa, uma verdadeiro caixote, apenas com uma porta de saída, seguranças, sem
comunicação entre si, extintores de incêndio vencidos, sem janelas e saídas de emergência, conseguiu o Alvará de
funcionamento, que agora estava vencido, mas até a pouco tempo, era válido.
Entendo, que além dos
empresários e dos músicos que utilizam a pirotecnia nas suas apresentações, as
autoridades que comandam o inquérito deveriam também, ir atrás do militar do
Corpo de Bombeiros que disse que estava tudo bem com as instalações da boate e
do servidor da Prefeitura que assinou a documentação liberando o Alvará.
Nessa história de “boi na
linha”, pois como sabemos, no Brasil “esse faz de conta de um preço” e tudo é
fomentado pela corrupção que ainda assola neste país. Por isso, tendendo que
todas as responsabildiades deverão ser cuidadiosamente aproadas. Isso é preciso
ser feito, porque a responsabildiade não acabe apenas aos empresários e aos
músicos, mas, muito mais, ao Poder Público, que fez de contas que tudo estava
bem e autorizou o funcionamento passado e se não fosse o incêndio, autorizaria
o novo Alvará.
Está na hora das Câmaras Municipais,
das Assembléias Legislativas e do próprio Congresso Nacional, começaram a
exercer os seus importantes papeis perante a sociedade brasileira e produzir
leis, regulamentos, legislação, sei lá o que mais, para que essas casas ou
locais de grandes algomerações sejam fiscalizadas periodicamente e obrigadas a
cumprir com o que determinar o que for feito, espera que seja uma legislação
específica. O povo não pode mais ficar convivendo com mais esse tipo de
insegurança.
Ao me solidarizar com o povo
gaúcho, com a cidade de Santa Maria e especialmente com os familiares das
vítimas do incêndio, que as cinzas dessa tragédia em forma de um grande incêndio
ocorrido no Rio Grande do Sul, ceifando várias vidas de jovens, a maioria universitários,
faça brotar nos corações e nas mentes dos nossos políticos a necessidade de se
fazer alguma coisa para dar mais segurança a essas casas de diversão e nasça uma
legislação capaz de dar mais segurança a quem procura esse tipo de
divertimento. E pelo menos nesse aspecto, o Brasil deixe de ser um país do “faz
de conta”. Que assim, seja.
(Postagem simultânea nos sites:
Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e blog Jornalismo Eclético).
*Osny Araújo é jornalsita e
analista político.
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