REESCREVENDO
A HISTÓRIA
Osny Araújo*
Após pouco mais de quatro meses
de julgamento, com discussões acirradas entre os doutos ministros, troca de
farpas, retificação de votos, disse me disse e blindagens, o Supremo Tribunal
Federal (STF) concluiu o julgamento dos réus do mensalão, o maior escândalo
político na história moderna brasileira, com a condenação de gente de
“colarinho” branco e até cassação de influentes deputados que integram o
esquema que ocorreu ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
A postura do STF, apesar de
alguns senões, merece ser exaltada, até porque, a grande maioria dos
brasileiros não acreditava que o julgamento fosse ocorrer e muito menos em
condenações de personalidades influentes no Brasil, como por exemplo, a
condenação do ex-todo poderoso José Dirceu, tido como o “chefe da quadrilha do
mensalão”.
Foi um trabalho meticuloso e
demorado, mas no final, o STF cumpriu com o seu papel e a sociedade brasileira
gostou dessa postura e fez com que muitos pensem sinceramente em voltar a
acreditar que a Justiça no Brasil existe é distribuída igualitariamente para
todos e não apenas para os menos favorecidos.
Alguns especialistas entendem
que antes de julgar os réus do “mensalão”, o STF estava se auto-julgando, em
face de grade descrença da sociedade no Judiciário brasileiro e com o final
surpreendente desse histórico julgamento com condenações, prisões e cassação de
mandatos, o Supremo inicia a escrita de uma nova história para o Judiciário
Brasileiro e que deverá ser de um Poder realmente independente, competente e
compromissado com a sociedade e com a distribuição imparcial da Justiça. Que
assim seja.
Para os acadêmicos de direito
em todo o País, o trabalho do STF durante o julgamento, foi uma grande aula e
para a sociedade brasileira, um alento de que poderemos sim acreditar na nossa
Justiça, com a certeza de que a cadeira também foi feita para a turma do
“colarinho branco” e não apenas para pobres e negros e criminosos banais. Assim
como a Lei foi feita para todos, os presídios também, desde que cometam crimes.
Pelo menos, foi essa a grande mensagem que o julgamento do “mensalão” pelo STF
deixa a toda a sociedade brasileira.
A verdade, é que o julgamento
histórico do “mensalão” terminou, mas é bem possível que essa história seja
desenvolvida em outros capítulos, a exemplo das novelas da Globo e a
participação direta ou indireta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
possa ainda vir a ser investigada, mesmo que o carismático político afirme
sempre que não sabia de nada, embora seja algo difícil de acreditar, em face de
proximidade pessoal dele com o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu e a
vizinhança de gabinetes no Palácio do Planalto. Será que o Lula não sabia de
nada mesmo?
Antes de terminar o julgamento
do “mensalão” a grande mídia nacional publicou declarações em depoimentos do
empresário-condenado Marcus Valério de que o ex-presidente deu OK para o
esquema e ainda teria tido contas pagas pelo sistema. Está certo que a palavra
de Valério não vale muita coisa, é quase sem credibilidade, mas ainda assim, o
fato deve ser apurado pelo Ministério Público e se realmente o ex-presidente
não sabia de nada, que seja inocentado, caso contrário....
Conscientemente acho que a
blindagem ao ex-presidente Lula será grande e com isso, dificilmente o
Ministério Público abrirá uma investigação para apurar devidamente os fatos,
com base nas denúncias de Marcus Valério e como deseja a oposição, a final, houve
a denúncia e a sociedade quer saber se ela procede ou não, mas isso,
dificilmente acontecerá, a não ser que o exemplo do STF ao julgar o “mensalão”
tenha respingado no Ministério Público Federal.
Já a “CPI do Cachoeira, nada
aconteceu após mais de oito meses de trabalho dos parlamentares e com uma
corrente de “blindagem” ao figurões importantes da política e da sociedade
brasileira, tudo terminou numa grande pizza a ser saboreada nos banques das
festas de Natal e Ano Novo.Feliz Natal, com paz, saúde, solidariedade e um ano novo cheio de grandes realizações, que o 2013 seja melhor que o 2012, porém pior que o 2014. Até o próximo ano se o G.`.A´.`D.`.U.`. permitir.
(Postagem simultânea nos sites: Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e blog Jornalismo Eclético).
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
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