Pesquisar este blog

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PR CONTRARIADO COM O GOVERNO
Osny Araújo*

Ontem após defender-se das acusações segundo ele “infundadas” provocando a sua saída do Ministério dos Transportes, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), ontem da tribuna do Senado da República, resolveu dar a sua versão para a crise que se estabeleceu no Governo da presidente Dilma Roussef através o Ministério dos Transportes.

O senador que é presidente nacional do PR, partido aliado do Governo, fez um longo pronunciamento com muitos números de valor4es e datas, sempre afirmando que se houveram algumas irregularidades no Ministério, essas ocorreram quando se afastou para concorrer à eleição para o Governo do Amazonas e que ao detectar algum fato estranho, comunicou a presidente Dilma e ele mesmo teria começado os trabalhos para verificar os fatos e considerou “muito estranho” o vazamento das informações de uma reunião que a presidente teve com auxiliares, sem a sua presença para a revista Veja.

Nascimento fez uma defesa pontual de todas as acusações e afirmou ter pedido exoneração por entender que era o melhor momento para não atrapalhar ainda mais o Governo e se apressou em comparecer a Procuradoria Geral da República e Polícia Federal onde solicitou uma completa devassa em sua vida, abrindo mão, inclusive dos sigilos bancário e fiscal, sem precisar de autorização da Justiça.

Durante todo o discurso-defesa o senador se manteve tranqüilo, foi traído pelas lágrimas já no final e a única vez que se voltou contra o Governo, afirmou com veemência: “Eu não sou lixo, o PR não é lixo para sermos varridos assim do Governo”. Ficou claro também, que o ministro deixou o Ministério porque perdeu o apoi da presidente de Dilma, por isso, pediu o chapéu da viagem e desocupou o Ministério dos Transportes, no foço de uma série de denuncias de corrupção.
Demonstrando tranqüilidade e recebendo o apoio e solidariedade da Casa, inclusive de alguns senadores da oposição, que insistem na CPI dos Transportes, Nascimento não se voltou contra o Governo e disse continuar a acreditar na presidente Dilma. A decisão do comportamento do Partido que tem sete senadores e quarenta deputados federais,  não deverá ser  tomada com base no revanchismo e tudo transcorrerá de forma absolutamente democrática.

Aparteado por vários senadores, apartes que foram transformados numa verdadeira sabatina com a permissão do orador, Nascimento que se considerou execrado e condenado sem direito a defesa, disse que provará sua inocência e a do seu filho na Justiça e pediu punição para que tiver culpa no cartório.

Apesar da postura tranqüila de Nascimento e de falar em continuar com o apoio ao Governo da presidente Dilma, a sessão de ontem do Senado da República, deixou claro que pelo menos a metade da bancada do PR, não está mais se sentindo confortável com o tratamento que o partido vem recebendo do Governo e a forma como a ele está atrelado.

Esses defenderam o imediato afastamento do PR do Governo, não para forma na oposição, mas para atuar de forma mais ou menos independente, votando a favor das boas propostas do Governo e contra aquelas que acharem danosas ao País.

Para os desgostosos com tratamento que o Governo está oferecendo ao PR, com demissões em massa no Ministério dos Transportes e conseqüentemente desprestigiadas pelo Planalto, defendem que o Partido entregue todos os cargos que ainda tem no Governo a presidente Dilma e caberá a ela como presidente da República direcionar a quem bem entender.

Esse comportamento, segundo os quase dissidentes, dará ao PR condições de trabalhar com mais liberdade e sem atrelamento, considerando que o Partido no Congresso Nacional, ostenta uma razoável força política.

Isso significa dizer, que a crise está apenas começando e não serão as demissões que estão ocorrendo que saciará a oposição e dará tranqüilidade ao Governo. Ainda tem muito água para passar por debaixo da ponte. (Com postagem simultânea nos Sites: Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e blog Jornalismo Eclético).

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br


Nenhum comentário: