O PAÍS DAS COPAS E DAS COTAS
Osny Araújo*
A constituição garante que nós,
brasileiros somos todos iguais perante as leis, mas não é o que se vê na
prática, com um país dividido, desigual, com as minorias dependendo de
cotas para conseguirem um pouco do direito que por lei têm direitos.
Agora, por exemplo, tramita na câmara um Projeto de Emenda Constitucional já aprovado pela Comissão de Constituição.
Não
sei se isso vai adiantar muita coisa e aumentar a participação de
negros e pardos no Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e
Câmaras Municipais. Tenho minhas dúvidas se isso vai dar certo e como
exemplo cito o percentual exigido por lei para que as mulheres tenham
maior participação nas casas legislativas brasileiras e a presença delas
nos plenários ainda é muito pequena, apesar dos esforços dos partidos
em chamar as mulheres para uma participação mais ativa, logo, somente
criar cotas não adianta muita coisa.
Essa PEC surge exatamente nove anos após
as cotas raciais começarem a ser implantadas no Brasil e caso seja
aprovada em plenário e entre logo em vigor, com uma bancada um pouco
superior a 170 parlamentares entre os 513 membros. É bom que se diga que
a PEC, de autoria dos deputados Luiz Alberto (PT-BA), presidente da
Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos
Quilombolas e João Paulo Cunha (PT-SP), ainda precisa ser votada por uma
Comissão Especial e depois pelo plenário da Casa.
De acordo com Censo de 2010, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a po9pulação
negra e parda do Brasil é de 96 milhões, o que representa 2/3 das
pessoas que tenham se declarado negro ou pardo.
Nada contra os irmãos negros e pardos
com mais espaço no Parlamento só entendo que não precisaria de cotas,
considerando que de acordo com a lei, somos todos iguais, logo temos os
mesmos direitos, embora as minorias tenham um pouco mais de dificuldades
para alcançar os seus objetivos, mas esses direitos poderão ser
plenamente conquistados através da própria lei, via Judiciário, sem
depender de cotas que na minha modesta opinião é também uma maneira de
discriminar, só que de forma oficial.
Tudo começou com a famosa “lei do boi”
que garantia acesso a filhos de fazendeiros nas universidades. Que hoje
não vigora mais. A seguir, essa discriminação oficializada, continuou
com as cotas raciais, vindo a seguir costas de Gênero Sexual.
Socioeconômicas, trabalho para deficientes e por aí vai, com o intuito
de promover a igualdade social, já prevista na nossa Lei maior.
A verdade é que nos últimos anos de
mandato do “tucano” Fernando Henrique Cardoso e do petista Luiz Inácio
Lula da Silva, esse processo teve continuidade de forma bem dinâmica e
agora, aprece que virou moda. No Brasil hoje temos cotas para quase
tudo. Os defensores do sistema garantem que o estabelecimento dessas
cotas, são necessários para tentar corrigir erros históricos que ao
longo do tempo ocorrem contra as minores, especialmente os negros.
Nada contra a participação igualitária
de todos os brasileiros na vida nacional, só que não vejo necessidade de
tantas cotas. Alias os nossos parlamentares, bem que poderiam
apresentar uma PEC para que existisse também uma conta estabelecida para
a participação de políticos éticos, honestos e compromissados com a
sociedade no cenário político brasileiro. Será que um dia teremos essa
cota também, a final, perguntar não ofende. É amigos, o Brasil é
literalmente o país das Copas e das cotas.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br – amazonianarede@gmail.com
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