Voto aberto no
Congresso
Osny Araújo
Não é de hoje que a sociedade brasileira sonha com o fim do
voto secreto no Congresso nacional, a fim de que os nossos parlamentares possam
exercer o direito ao voto, nos representando, deixando de lado o corporativismo
que impera, também no mundo político e exerçam essa condição, mostrando a cara,
e dessa forma, os eleitores saberão como foi o comportamento cívico dos
parlamentares.
O sonho é antigo, mas somente agora, após uma grande burrada
cometida pela Câmara dos Deputados, que através do voto secreto livrou da
cassação um deputado condenado pelo Supremo Tribunal Federal e prisioneiro da
Papada, em Brasília, volta à tona.
É bom lembrar, que a primeira votação com esse objetivo
ocorreu a sete anos passados e só agora ocorreu a segunda e a aprovação pela
câmara dos Deputados. A esperança é que os nobres senadores mantenham a
posição, ainda que tardia tomada pelos deputados r e ratifiquem votação da
câmara, especialmente no que diz respeito à cassação de cassações de mandatos
de maus parlamentares que envergonham o Parlamento brasileiro e certamente, não
são poucos.
Feito isto, certamente que o Congresso Nacional estará
reescrevendo a sua história republicana e voltará a ser olhado com mais
respeito e credibilidade pela sociedade, mas para isso, as votações deverão ser
literalmente abertas e só assim, saberemos como os nossos parlamentares se
comportarão em relação aos sérios problemas enfrentados pelos parlamentares. Na
maioria das vezes eles se valem do corporativismo e das benesses dos Governos para
se permanecer no poder.
Agora, que a Câmara dos Deputados fez essa proeza, aprovando
a PEC na tentativa de corrigir um erro, a não cassação do deputado Donadon, o
que se espera, é que o Senado ratifique essa decisão e passamos ter votações
abertas, com o Congresso Nacional, através dos seus representantes exercendo
com dignidade os seus mandatos mostrando as suas caras e a decisões para o
país. Ou seja, exercendo o mandato com
patriotismo e transparência.
Com o voto aberto, em todas as circunstâncias, os
parlamentares serão obrigados a assumir funções e responsabilidade que até hoje
a maioria parece ignora, por razões que sobejamente conhecemos. Na verdade,
ninguém, quer se comprometer com medo do futuro, até porque, o futuro, dizem os
sábios, a Deus pertence.
Não deveria ser, mas como infelizmente o Congresso Nacional
vive sob a batuta do Executivo, com o voto aberto, se realmente for aprovado,
agora pelo Senado da República, numa votação de cassação de mandato, até que a
coisa poderá fluir com certa tranquilidade e quem for podre que se quebre.
O diabo é que as coisas poderão se complicar em determinados
momentos para os parlamentares que vivem tomando a bênção do Executivo. Aí o
bicho certamente vai pegar e será um Deus nos acuda. Vamos pensar juntos nesta possibilidade, que é perfeitamente
possível num país democrático.
Alguma coisa que o Congresso gostaria de ver funcionando e
esse projeto receba o veto da presidente Dilma, será uma dor de cabeças, ou
melhor, de enxaquecas. Posso imaginar a
preocupação dos congressistas e as confusões que esse fato provocará nas duas
casas políticas.
Com o voto aberto, os congressistas terão que votar
claramente e todos ficarão sabendo se o voto foi contra ou a favor do veto
presidencial, por exemplo. A pergunta é. Como o Executivo vai se portar diante
de tal fato? Como os afilhados do Governo se manterão? As respostas ficam por conta
de cada de cada leitor. Acho que as turmas da Câmara e do Senado ficarão meio
complicadas e poderão perder o prestígio com a presidente.
A situação certamente não será fácil para os políticos, mas é
preciso que seja encarada de frente, com
determinação, coragem e compromisso com a sociedade. É esse o comportamento que
os brasileiros esperam dos parlamentares, em todos os níveis. Quem assim seja.
(Publicação simultânea nos sites: Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e
blog Jornalismo Eclético).
*Osny Araújo é jornalista e analisa político.
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