A
MP DOS PORTOS
Osny
Araújo*
Não sou nenhum especialista no
assunto, mas como bom observador, entendo que o Sistema Portuário Brasileiro está
ultrapassado e precisa urgentemente ser modernizado e ampliado, a fim de que
possa continuar a trabalhar pelo desenvolvimento nacional e acabe com os
gargalhos que hoje emperram o sistema, mas para isso, são necessários grandes
investimentos. A verdade, é que do jeito
que estão e da maneira como funcionam os portos brasileiros, não dá para
continuar.
Tentando sanar esses problemas,
o Governo elaborou uma Medida Provisória, a famosa MP dos Portos, aprovada de
forma irresponsável pelo Congresso Nacional, por culpa exclusiva dos deputados
federais, com um grande percentual demonstrando descaradamente que não tem
nenhum comprometimento com o país e seu povo.
Eles empurraram a votação com a barriga e só
defiram a questão para ser encaminhada ao Senado, que tem a função de fazer uma
revisão nas questões aprovadas pela Câmara, faltando poucas horas para o prazo
expirar, por isso, mais uma vez, as coisas foram arranjadas e a votação ocorreu
em tempo recorde, mas sem a devida revisão do Senado e tudo, por falta de
tempo, considerando que quase todo foi consumido nas boas confusões e
discussões registradas no plenário da Câmara Federal.
No plenário, os deputados durante mais de 40
horas, jogaram conversas fora, armavam confusões, faziam cansativos e inúteis
discursos, assistiram a eliminação do Corinthians pelas TVs dos celulares e na
madrugada cochilaram à vontade. Isso tudo, amigo, em meio à discussão de uma MP
de fundamental importância para o desenvolvimento socioeconômico do país. É bom,
que nas eleições de 2014 a sociedade se recorde bem desse fato e responda a
esse comportamento irresponsável e imoral com condenações nas urnas.
(Como a MP, relatada pelo
senador Eduardo Braga (PMDB)-AM), líder do Governo no Congresso Nacional, foi
aprovada a toque de caixa no Senado, devido à demorada na Câmara dos Deputados,
a presidente Dilma Rousseff que tem ainda mais de dez dias para apreciar o
documento, estaria pensando em vetar algumas emendas e certamente isso, deverá
gerar novos conflitos entre o Executivo e o Legislativo. O assunto chegou a ser
levado pela oposição ao STF que não acatou o pedido para anular a votação.
Mas, além da questão pura e
simples relacionada ao caduco Sistema Portuário Nacional, a MP serviu também
para mostrar que em ano pré-eleitoral, a base política aliada do Governo no
Legislativo não fala a mesma língua e ao que parece, a ministra da Articulação
Política, Idely Salvati, não está conseguindo um comportamento homogêneo das
bancadas aliadas na Câmara e no Senado, o exemplo foi visto agora e tudo deverá
piorar com as eleições de 2014 e para conseguir alguma coisa, o Governo
certamente deverá abrir um leque de concessões aos parlamentares especialmente
promovendo um festival de liberação de recursos para atender as famosas emendas
parlamentes e tudo será feito não em nome na nação, mas de uma reeleição.
O que aconteceu com a rebeldia
na votação da MP dos Portos, foi apenas um ensaio para o que virá por aí quando
entrarmos no ano eleitoral de 2014, onde nas disputas eleitorais os interesses político-partidários
ganharão mais forças, e estarão muito acima dos interesses nacionais, mas nos
discursos, todos falarão em melhorias para o país e seu povo. Conversa fiada.
Quem teve a oportunidade de
assistir pela TV como eu a votação da MP na Câmara dos Deputados, deparou um
grande circo, com mais de 500 “artistas” no picadeiro armado na Praça dos Três
Poderes, em Brasília. Uma vergonha, como diria o apresentador de TV Boris
Gazoi.
(Postagem simultânea nos sites:
Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e Blog Jornalismo Eclético).
*Osny Araújo é jornalista e
analista político.
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