MANAUS, CIDADE SORRISO DO BRASIL
COMEMORA 343 ANOS
Amazonianarede/Osny
Araújo-fotos Arquivo
Manaus
- A mais importante capital da Amazônia brasileira, Manaus, cidade abençoada
por Deus e que tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição, está completando
hoje 343 anos de fundação com o seu olhar vislumbrando um futuro promissor.
A
“cidade morena” banhada pelas águas do rio Negro ou a “cidade sorriso” como
também é conhecida, é uma terra de gente distinta, receptiva e muito orgulhosa
de ser amazonense, de ter como prato principal na sua culinária a caldeirada de
tambaqui ou tucunaré, de ter nos cafés regionais a tapioca o tucumã, o “X
caboclinho” e a banana frita entre outras iguarias regionais.
Manaus,
hoje uma metrópole, por isso mesmo com problemas das grandes cidades, como de
transporte coletivo, segurança pública, engarrafamentos e outros que perseguem
as grandes cidades na vida moderna, é uma cidade cheia de constates, onde se
encontram a Igreja do Pobre Diabo, no bairro da Cachoeirinha, o Plano
Inclinado, a Rua dos Remédios onde não existe nenhuma farmácia, onde as novenas
em honra a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro são celebradas as terças-feiras na
Igreja de Aparecida, o bairro das Flores onde não existem floricultura e casas
ajardinadas e por aí vão os contrates dessa bela Manaus que encanta os turistas
com o calor do clima e do seu povo acolhedor, ordeiro e pacato.
O
seu nome deriva da tribo indígena Manaós que habitava a região em épocas de sua
fundação, cujo significado da palavra é “Mãe de Deus” na língua primitiva.
Plantada
no meio da floresta sob o olhar sereno do Rio Negro e o encontro das águas, a
cidade mistura água com a exuberância das florestas e tem também o moderno Polo
Industrial com indústrias de ponta e
alta tecnologia produzindo uma variedade de produtos para o Brasil e para o
Mundo, amparado pela modelo de desenvolvimento Zona Franca de Manaus.
Apesar
de ser a capital da floresta, a cidade não tem uma grande arborização, fato que
representa um grande contraste em função da região de densas florestas
tropicais onde foi fundada.
MISCIGENAÇÃO
Habitada
por uma população simples e alegre, conhecida pela hospitalidade, tem em
média um calor de 30 graus à sombra, tem quase dois milhões de pessoas, cuja
beleza da miscigenação racial está traduzida no aspecto físico indígena, na
pele morena, no bailado da cunhã em tempos de Boi-Bumbá.
Gente
que mostra a força do trabalho com o consequente crescimento, indicado sempre
pelos mais altos índices do País.
Terra do Boi Manaus e de um belo e luxuoso carnaval, no seu glorioso passado
viveu o apogeu da borracha, oportunidade em que foi considerada a Paris dos
trópicos com grandes e luxuosas e históricas construções com base na
arquitetura europeia, como o Palácio da Justiça, o Teatro Amazonas, Alfandega, Mercado
Municipal Adolpho Lisboa, o Palácio Rio Negro, que serviu de residência para um
rico empresário e mais tarde sede para o
Governo do Amazonas e hoje Centro Cultural, o bonde elétrico trafegando nas suas
ruas e outras grandes conquistas.
Veio
à decadência e Manaus foi transformado numa espécie de Porto de Lenha de luxo,
até que surgiu a Zona Franca de Manaus, pelo Governo Militar do então
presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, em fevereiro de 68 e a cidade,
uma espécie de capital-estado em função da concentração quase absoluta da
economia amazonense, voltou a respirar progresso e desenvolvimento com o
fortalecimento da sua socioeconomia.
Traz
em sua história, o simbolismo do herói, na luta de um cacique indígena,
"Ajuricaba", o índio que lutou contra o etnocentrismo
europeu-português e preferiu morrer nas águas do rio Amazonas do que ser feito
prisioneiro.
MAIAOR IDADE.
Hoje
a capital aniversariante vive outra luta. Já conquistou a maioridade e detém
nada mais, nada menos que o 4º Produto Interno Bruto (PIB) do País, detendo
1,4% da economia brasileira. Atinge ares de modernidade na construção crescente
de arranha-céus que cortam os ares, nas pistas e viadutos que se multiplicam e
na construção de shoppings centers que vêm mostrar o poder de compra da
população.
Apesar de tudo isso, a capital cabocla ainda respira o seu passado, a Belle
Époque de tantos casarões que a modernidade dos sonhos recuperou para não
perdê-los. Neste ponto da matéria
invocamos o escritor e poeta Abrahim Sena Base, que afirma o seguinte: "Manaus
dos teus desenganos e, por que não, do teu amanhã de uma Amazônia iluminada.
Manaus soberbamente cocotte, a mostrar sua arquitetura construída no período da
borracha. Ah! Manaus, quanta saudade. E, perdoe-me a pretensão de querer ver-te
na sedução do teu passado" ·.
CULTURA
A
cidade que hoje comemora os seus 343 anos, tem uma rica cultura elitista e
popular que tem como carro-chefe o folclórico no ritmo do boi-bumbá, tradição
folclórica que resgata os rituais indígenas da época da colonização misturados
a ritmos trazidos do Maranhão, aqui representados por “Garanhão” e Corre-Campo.
A capital do Amazonas firma-se ainda como um
importante pólo cultural brasileiro quando lança grandes e importantes
festivais como o "Amazonas Film Festival, Festival de Ópera, Festival de
Jazz e Festival de Teatro do Amazonas".
Os
eventos, realizados anualmente, mostram o trabalho de grandes nomes da cultura local,
nacional e internacional e do forró que corre solto na cidade, em festas que
reúne milhares de pessoas adeptas do ritmo nordestino que foi incorporado pelos
manauaras.
A cidade acompanha as exigências do seu tempo e consegue de maneira
surpreendente evoluir sem perder o encanto com a natureza, sem agredir,
mantendo dessa forma o seu encanto natural.
Para
os jovens que gostam de olhar com otimismo o futuro, a cidade é repleta de
universidades estatais e particulares
espalhadas no centro e bairros que recebem os jovens sonhadores com grandes
transformações no futuro pela força do aprendizado e do saber.
TURISMO
Terra
acolhedora, Manaus começa agora a despertar para o turismo interno e externo,
especialmente para os grandes cruzeiros internacionais que por aqui aportam
anualmente, trazendo visitantes de todas as partes do mundo e sem nenhuma
dúvida, ficam maravilhados e encantados com a cidade e com o seu povo, embora,
saibamos que ainda precisamos avençar muito nesse importante seguimento da
economia, ou seja, uma exploração racional do turismo, aproveitando o seu maior
apelo regional, a natureza, incluindo o espetáculo do encontro das águas, numa
descida lado a lado dos rios Negro e Solimões de se misturarem e que inspirou o
poeta cearense Quintino Cunha a escrever a bela poesia Encontro das Águas,
transcrita a seguir:
“Vê bem Maria, aqui se cruzam: este é o Rio Negro, aquele é o
Solimões.
Vê bem como este contra aquele investe,
como as saudades, com as recordações.
Vê bem como se separam duas
águas,
Que se querem reuni, mas
visualmente;
É um coração que quer reunir as
mágoas, as venturas de um presente
De um passado.
É um simulacro só, que as
águas,
Donas desta região, não seguem
o curso adverso.
Todas convergem para o
Amazonas,
O real rei dos rios do
Universo;
Para o velho Amazonas, Soberano
Que, no solo brasílio, tem o
Paço;
Para o Amazonas, que nasceu
humano,
Porque afinal é filho de um
abraço!
Olha esta água, que é negra
como tinta.
Posta nas mãos, é alva que faz
gosto;
Dá por visto o nanquim com que
se pinta,
Nos olhos, a paisagem de um
desgosto.
Aquela outra parece amarelaça,
Muito, no entanto é também
limpa, engana:
É direito a virtude quando
passa
Pela flexível porta da
choupana.
Que profundeza extraordinária,
imensa,
Que profundeza, mais que
desconforme!
Este navio é uma estrela,
suspensa
Neste céu d'água, brutalmente
enorme.
Se estes dois rios fôssemos,
Maria,
Todas as vezes que nos
encontramos,
Que Amazonas de amor não sairia
De mim, de ti, de nós que nos
amamos!...”
No que se relaciona ao turismo e
a cultura, tem os seus teatros, liderados pelo Teatro Amazonas, um dos mais
belos do mundo e importantes do Brasil, o Palacete Provincial, museus, passeios
turísticos pelo meio da natureza nos igarapés e rios da região e a Ponta Negra,
um dos mais belos e modernos locais de Manaus, onde amazonenses e visitantes
aos milhares se reúnem, nos feriados e fins de semana para momentos de alegria,
confraternização, praticas de esportes e um bom mergulho das frias águas do rio
Negro.
A
culinária é de dar água na boca em qualquer ser humano, seja cristão ou não de qualquer
parte do mundo for e funciona como um grande atrativo turístico, tendo como
base o pescado regional e as nossas frutas.
Nas
ruas, as iguarias típicas traduzem o gosto da população, como a tapioquinha
feita na hora e o pão com tucumã (o famoso X-caboquinho), que podem ser
encontrados na Av.Eduardo Ribeiro, bem no centro da cidade.
Para acompanhar os pratos tradicionais, como
caldeiradas de tambaqui e tucunaré, peixes assados na brasa como tambaqui e
matricnhã e ainda a sardinha frita, isso sem falar no tradicional pirarucu de
casaca e em outros pratos como a galinha caipira a cabidela e o pato no tucupi, nada melhor que os sucos
feitos com frutas locais exóticas, como por exemplo, o cupuaçu, o araçá-boi e a
graviola. Sem esquecer os vinhos conhecidos pelo vigor dos sabores: açaí, bacaba
e buriti, araçá-boi, patuá, bacaba e sobremesas variadas também de frutos
regionais.
Nesse
campo, o mais recente e grande empreendimento surgiu com a inauguração da Ponte
Rio Negro, com mais de quatro quilômetros de extensão, interligando alguns
municípios da Região Metropolitana de Manaus, como Iranduba, Manacapuru e Novo
Airão, isso de forma direta e se construiu no mais moderno cartão postal da cidade,
juntamente com a agora renovada Ponta Negra.
ATENÇÕES MUNDIAIS.
Por sua posição geográfica, plantada bem no interior da cobiçada da cobiçada e floresta
amazônica, com suas lendas e mistérios, se transformou num foco das atenções
internacionais e especialmente dos ambientalistas.
Apesar
de ser pouco arborizada pelo homem, ainda assim o gostoso cheiro da mata exala
e se espalha pela cidade, com seus parques e reservas, como a Reserva Duke, de
responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o
Parque Saium-Castanheira, de responsabilidade do município, o Parque do Mindu,
Bosque da Ciência, as praias do Tupé e da Lua, o Zoológico do Cigs, do Exército
Brasileiro e tantos outros locais bucólicos onde a natureza de apresenta cm
toda a sua plenitude.
O OUTRO LADO
Falamos
das boas e bonitas coisas que Manaus oferece aos seus habitantes e visitantes,
mas não poderíamos deixar de cita nesta matéria, até em respeito aos nossos
leitores, o lado o porto desta cidade tão agradável.
Entre
arranha-céus, condomínios luxuosos e shoppings espalhados pela cidade, existem
os bairros periféricos onde a violência impera, o transporte coletivo é péssimo
e demorado. Por lá estão às favelas que surgem as margens dos poluídos
igarapés, provocados pelas invasões desordenadas.
O
trânsito é caótico, pois o seu atual sistema viário não suporta mais tantos
veículos circulando nas ruas e provocando infindáveis engarrafamentos.
As
feiras e mercados, a começar pela famosa Manaus-Moderna, não são confortáveis e
nem higiênicas, mas o fato é que fazem parte do cotidiano de Manaus que como
frisamos no início desta matéria é uma cidade de muitos contrastes, como esta
Se prepara para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014 e há muito que não temos
um time nem sequer na segunda divisão do futebol brasileiro.
Mais
um interessante contraste que podemos citar é que apesar da cidade ser banhado
por um dos maiores rios do mundo, em centenas de bairros da periferia ainda não
existe água enganada e isso, chega a ser para muitos, considerado um absurdo.
Domingo,
o manaura estará elegendo o seu novo prefeito e esperamos que o eleito, possa
conseguir investir neste lago negativo e torne Manaus realmente uma cidade
agradável para todos, moradores e visitantes.