Amazoniananarede/Osny
Araújo*
Hoje, 20 de agosto, que por obra e graça do G.`.A´.D.`.U.`. é também o
aniversário de um filho querido, o Dr. Wagner Rodrigo Lacouth de Araújo, os
“Obreiros da Arte Real”, homens “livres e de bons costumes” comemoram no Brasil o dia da Maçonaria ou do
Maçon, como queiram.
Por ser um homem livre e de bons costumes, resolvi homenagear a data
escrevendo um pouco sobre essa incrível e milenar organização do bem, de tantos
e bons serviços prestados ao mundo, ao Brasil e ao Amazonas, com relevantes
serviços prestados nos mais diferentes momentos, sempre com o espírito da
igualdade, liberdade e fraternidade.
Os maçons são homens tementes a Deus, que o tratam como o Grande
Arquiteto do Universo, (G.`. A.`. D.`. U. `.) Senhor de todos os Mundos e tem
com padroeiro São João Batista. Por isso, para ingressar na Ordem é necessário
acreditar em Deus e ter uma religião.
Muitas vezes o mundo profano como religião ou seita, a Maçonaria no
mundo externo é muito confundida com outras instituições e via de regra, todas
as especulações em torno do que é e o que ela representa passam muito longe da
sua realidade e esperamos com esta matéria, mostrar um pouco para o mundo não
maçônico o que é e como se comporta a sublime instituição, espalhada pelos
quatro cantos do planeta terráqueo, ajudando a construir uma sociedade mais
justa, livre e solidária e consequentemente, trabalhando na construção de uma
sociedade melhor.
Presente nas histórias do mundo, do
Amazonas e do Brasil, a Maçonaria que tem como símbolos instrumentos de trabalho
de edificadores como a régua, o prumo, compasso e o esquadro, demonstra
claramente qual o norte da instituição, o de construir e como nos tempos
modernos o comportamento político mudou, os maçons modernos passaram de
operários de obras físicas passaram a atuar na construção moral, ou seja, na
edificação de uma sociedade “justa e perfeita”.
Hoje a Maçonaria, que no passado também pode ter sido vista como
“subversiva”,quando se voltou contra algumas leis e até mesmo formas de Governo,
como ocorreu na história brasileira, com Ordem Maçônica presente em todos os
grandes momentos históricos da brasileira nação, poderia ser vista como
subversiva, embora sua ação tivesse caráter nobre, como mais tarde ficou
evidenciado e os maçons, passaram a ter mais um pouco de liberdade, saindo da
clandestinidade e poder dizer com liberdade que eram maçons, homens livres e de
bons costumes, mas ainda assim, alguns eram vistos com certa desconfiança pela
sociedade profana, fato que nos dias atuais não existe
mais.
FALTA UM CAPÍTULO NA
HISTÓRIA
Na rica história social e política brasileira,
essa que aprendemos nas escolas, certamente falta um capítulo importante, que a
enriqueceria ainda mais, se tivesse abordado um pouco o grandioso trabalho
realizado pelos maçons, naqueles tempos difíceis e de muitas complicações
políticas, com parte da sociedade lutando contra o Império, a escravidão e
tantas outras questões importantes para a nossa nacionalidade, a começar pela
nossa independência, árdua e inteligentemente trabalhada pela Maçonaria e seus
heróis, como o maçon Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, hoje o grande
herói nacional do movimento nacionalista conhecido como a Inconfidência
Mineira.
Numa obra do maçon A. Tenório de
Albuquerque, ele fala claramente desse envolvimento fantástico da Maçonaria na
história política e social brasileira, como transcrevemos um trecho a seguir:
“Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que
se refere à Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de
nossa pátria”.
Em torno da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de
nossa nacionalidade, é inadmissível qualquer dúvida. De nenhum
importante acontecimento histórico do Brasil, os maçons estiveram ausentes. a
maioria deles foram os
elementos da Maçonaria os promotores.
Não há
como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a Libertação
dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa Pátria
foram fatos organizados dentro de suas lojas. Antes de tudo isso, já na
Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta renhida em favor da
libertação de nossa pátria.
Todos os conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria: Tiradentes,
Thomas António Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, e até mesmo o
Judas, otraidor Joaquim Silvério dos Reis,
infelizmente também pertencia à ordem.
Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçon ilustre
Francisco António Lisboa, o Aleijadinho. Este grande génio da humanidade. Maçom
do grau 18, Aleijadinho, autor de obras sacras, fez questão de secretamente
homenagear a Maçonaria em suas esculturas.
Ao bom observador e conhecedor da maçonaria, não passará despercebido,
ao conhecer a obra do grande mestre, detalhes, pequenos que sejam que lembram a
instituição maçónica. Os três anjinhos formando um triângulo, o triângulo maçónico, tornaram-se sua marca
registrada.
A própria bandeira
do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triângulo no centro da bandeira mineira é o mesmo
do delta luminoso, o Olho da Sabedoria.
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM
AGOSTO
A independência do
Brasil foi proclamada de fato em 20 de agosto de 1822, no interior da Loja
Comércio e Arte, em Niterói, com a presença do maçon D. Pedro I, mas tudo ficou
em segredo até que foi armada a grande Festa da Independência ou Morte, às
argens do riacho Ipuiranga, retrada nos das mais famosas pinturas de Pedro
Américo, ino Grande Oriente do Brasil.
O
grito de independência foi mera confirmação. Ninguém ignora também que o Brasil
já estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia
do Fico. E o Fico foi um grande empreendimento Maçónico, dirigido por José
Joaquim da Rocha, que com um grupo de maçons patriotas, fundou o Clube da
Resistência, o verdadeiro organizador dos episódios de que resultou a ficada.
A libertação dos
escravos no Brasil foi não há como negar, uma iniciativa de maçons, um empreendimento da Maçonaria.
A instituição, cumprindo sua elevada missão de lutar pela reivindicação
dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem,
empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefessamente pela emancipação dos
escravos.
Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância
extraordinária de maçons entre os líderes abolicionistas. Dentre muitos se
destacaram Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz,
Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Cristiano
Otoni, Castro Alves, e muitos outros.
A proclamação da
República, não há dúvidas de que também foi um notável empreendimento maçónico. O primeiro Ministério da
República, sem exceção de um só ministro, foi constituído de maçons. Mera
casualidade? Não. Ele foi organizado por Quintino Bocaiuva, que havia sido
grão-mestre.
“Assim foi o tem
sido a atuação da Maçonaria com relação
ao Brasil, sempre apoiando e lutando para a concretização dos ideais mais nobres
da Pátria, comprometendo-se em favor da liberdade e condenando as
injustiças”.
CARTAS DE
ALFORRIAS
A primeira
liberdade dos nossos irmãos negros e escravos, talvez a maior nódoa da nossa
história, aconteceram através das chamadas Cartas de Auforrias, quando os maçons
compravam os escravos e davan-lhes a liberade, ou seja, mesmo sendo escravos de
direito, de fato eram homens livres, pois os seus senhores, no caso os maçons
não os travam como escravos e sim como homens livres.
Dizem alguns
historiados maçônicos, que o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a libertar
seus escravos através as Cartas de Auforrias, vindo o Amazonas, para orguilho
nosso, em segundo lugar.
Estava incado o
grande trabalho para a liberdade dos irmãos negros que com a sua força de
trabalho, suor e lábrimas ajuram e muito na construção deste nosso Brasil, mas
não tinham direitos e nem liberdade. Tinham apenas o dever de trabalhar e nada
mais, pois eram propriedade de seus senhores.
Por tudo isso, a
Maçonaria que nos seus primórdios, por absoluta necessidade de sobrevivência era
uma institutição secreta, hoje pode ser vista como uma institutição humana,
filosófica, discreta, fraterna e com fins filantrópicos.
ORGANIZAÇÃO FRATERNAL MAIS
ANTIGA
De acordo com
renomados históriariadores, a Maçonaria, é a maior e mais antiga organziação
fraterna do planeta e tem como um dos símbolos na natureza, a árvore
Acácia.
O momento certo
operário (pedreiro) desencandeou o movimento para a criação da institutição,
ninguem sabe ao certo, mas estudiosos, a Maçonaria teve origem na Idade Média,
com as sociedades também voga à época.
Outros escritores e estuidosos, afirmam que a Maçonaria foi influenciada
nos seus primórdios pela Oredem dos Cavaleiros Templários, um grupo de monges,
cristãos e guerreiros formados em 1118, com o objetivo de ajudar a protejer os
peregruinos em suas viagens pela Terra Santa.
“ESPERANÇA E PORVIR”, A N°
1.
Vamos conhecer agora um pouco da história da Maçonaria no Amazonas, hoje
com suas Lojas espalhadas em várias cidades do interior.
Quando o Amazonas foi elevado à categoria de Provincia em 1850, o Estado
não tinha nenhuma Loja Maônica, ou seja, a Maçonaria ainda não existia por aqui
e essa ausência durarou exatamente vinte e dois anos, com a fundação da primeira
Loja Maçônica no Amas, a “Esperança e Porvir”, copm o se templo situado na Rua
Bernardo Ramos, no centro da capital amazonense, ganhando também várias Lojas e
templos no interior amazonense, com em Parintins, Mancapuru, Iranduba, Boca do
Acre, Lábrea, Itacoatiara, Maués e outros.
Apesar da falta de
lojas no Amazonas, a milenar instituição não estava ausente do Estado e segundo
registros históricos, a Maçonaria Universal, com maçons brasileiros e
estangeirospresentesno Estado atuando em diferentes frentes da vida profano e
construindo condições para chegada de fato e de direito da Maçonaria do
Amazonas, com edificações de Lojas e templos, o que ocorreu no século passado
com a fundação da Grande e Benemérita Loja Simbólica Esperança e Porvir, Nº 1, o
grande alicerce da Maçonaria amazonense, vindo a seguir as Lojas Amazonas, Nº2,
Aurora Lusitana, fundada na sua maioria por maçons portugueses, Conciliação
Amazonense, 12 de Janeiro, Estrela do Alvadora, Floresta Amazônica, Condomínio
Delta que abriga várias lojas e outras subordinadas a Grande Loja do Amazonas e
também ao Grande Oriente do Brasil uma das duas potencias regulares da Maçonaria
que atuam no Brasil, que se fundem numa só, considerando que a Maçonaria é
Unica, razão pela qual, existe irmandade, respeito e confraternização entre as
duas potencias regulares e dessa forma, fica tudo “justo e perfeito”. Tudo é
simplesmente Maçonaria.
No Amazonas, a Glomam que é dirigida pelo Grão-Mestre Átila Tuma, possui
44 Lojas, sendo 24 na capital e 22 espalhadas em igual número de municípios do
interior.
Já o Grande Oriente do Brasil, dirigido no Estado pelo Eminente Aurélio
Moita, também conta com várias Lojas na capital e a exemplo da Glomam também se
faz presente em vários municípios.
HISTORIA DA
GLOMAM
O Amazonas, ao ser
elevado à categoria de Província, em 1850, não possuía Loja maçônica
permanecendo nessa situação até o surgimento, em 1872, da Loja
"Esperança e
Porvir", no Oriente de Manaus. Tal fato, porém, não significava ausência,
naquela época,
em terras amazônicas, de atividades da Maçonaria Universal.
Ao contrário, houve, conforme registram os historiadores,
acentuada participação de Maçons brasileiros e estrangeiros, no meritório
trabalho de não somente manter a integridade do território nacional, mas também
de propiciar condições para a execução de uma correia política de desenvolvimento
regional.
Essa Sociedade desenvolveu notável campanha que obteve completo êxito a
l O de julho de
1884, quando o Ir. Teodoreto Carlos de Faria Souto, que exercia o cargo de Governador da Província, decretou a extinção da
escravidão no Amazonas.
A Grande Loja Maçónica do Amazonas é considerada a primeira das Grandes
Lojas Brasileiras com fundação em 22.09.1904, quando surgiu como Potência
Maçónica na Amazónia Ocidental, até os dias atuais, e foi denominada de vários
modos, a saber;
Com
a proclamação, pelo Grão-Mestre Desembargador Gaspar António Vieira Guimarães, a 24.07.1927, no Templo da Loja Maçónica Amazonas, o Grande
Oriente do
Amazonas e Acre, passou a ter soberania, tendo sido a quinta Grande Loja a
receber a
Carta Constitutiva do Supremo Conselho da República Federativa do Brasil.
Estava, assim,
criada a primeira Entidade da Arte Real na Amazónia Ocidental, soberana e
independente. Nessa data, existiam na região, vinte e seis Lojas e que passaram
a pertencer à nova Potência Maçónica.
Essas Oficinas encontravam-se: sete na Capital e oito no Interior do Estado do Amazonas; oito no
atual Estado do Acre; duas no atual Estado de Rondônia; e uma na
Bolívia. |
De 1904 a 1927 - Grande Oriente Estadual do
Amazonas;
De 1927 a 1945 -
Grande Oriente do Amazonas e Acre;
De 1945 a 1961 -
Grande Oriente do Amazonas, Acre e demais Territórios Limítrofes;
De 1961 a 1968 - Grande Loja do Amazonas, Acre, Rondônia e Rio
Branco;
De 1968 a 1974 - Grande Loja do Amazonas, Acre, Rondônia e
Roraima;
De 1974 a 1980 - Grande Loja do Amazonas e Territórios
Limítrofes;
De 1980 a 1985 - Grande Loja do Estado do Amazonas -
GLEAM;
De 1985 a 1988 -
Grande Loja Maçónica do Estado do Amazonas - GLOMAM;
A partir de 1988 -Grande Loja Maçónica do Amazonas -
GLOMAM.
Os Maçons do Amazonas, ao longo desses anos, realizaram trabalho
admirável. Desde sua
organização até hoje souberam dignificar nossa Sacrossanta Instituição, mantendo
a regularidade, conscientizando-se da necessidade do aprimoramento
individual, através dos
ensinamentos maçónicos, objetivando viver suas vidas pautadas nos fundamentos
que sustentam até hoje a Maçonaria.
O GOB NO
AMAZONAS
Após sete anos da independência do Grande
Oriente do Amazonas e Acre, o Grande Oriente do Brasil voltou a ressurgir, no
Estado do Amazonas, através da fundação da Loja Unificação Maçônica, no dia 15
de novembro de 1934, que durante um largo período foi a única a arvorar a sua
bandeira, em toda a extensão do nosso território.
Dela surgiu, em 1945, a Loja Vitória das
Nações Unidas, origem das atuais Lojas Vitória das Nações Unidas, do Rito
Adonhiramita, e Oriente Unido, do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A Delegacia do GOB no Estado do Amazonas foi criada em 1934, sendo seu
primeiro delegado Obed Barreto, que a dirigiu até 1947. Quando isso ocorreu,
a jurisdição do GOB, na Amazônia Ocidental , restringia-se às Lojas Fraternidade
Acreana, n.” 863, fundada a 19/12/1907, em Cruzeiro do Sul, Acre e Unificação
Maçônica, n.” 1125, a 15/11/1934, em Manaus.
Todas as demais lojas fundadas, até 1926, sob os
auspícios do GOB, num total de vinte e seis, sendo oito, no Acre, e dezoito, no
Amazonas, incluindo três de Rondônia, que então dele fazia parte, haviam
aderido, a partir de 24/06/1927, ao Grande Oriente do Amazonas e Acre, que havia
decretado o seu desligamento da Potência Mater, e que só se transformaria em
Grande Loja do Amazonas, Acre, Guaporé e Rio Branco, em 1961.
A Loja Bolívar, de Cobija, na Bolívia, criada por obreiros do GOB,
fora integrada à maçonaria do país vizinho. (Fotos de cima para baixo: Interior
de Loja, Grão Mestre Atila Tuma (Glomam), Eminente Aurelio Moita (Goeam),
Malhete, Palácio Maçônico, Loja Esperança e Porvir, D. Pedro, Loja Comércio e
Arte, em Niterói (RJ), Tiradentes, Esquadro e Compasso, Interior de Loja,
Avental de Mestre Maçon).
*Osny Araújo é jornalista, MM`.`.
(Esp.`. e Porvir), Gr.`. 33, ex-orador da Esperança e Porvir, Ex-Gr.`, Sec.`. de
Imprensa da Glomam, fundador do extinto Jornal mensal O Gleam, da Glomam e
membro da Academia Amazonense Maçônica de Letras.
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