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quarta-feira, 17 de março de 2010

Força Sindical reúne trabalhadores
dos estados amazônicos em Manaus

Manaus - Representantes de trabalhadores ligados à Força Sindical do Amazonas e de outros seis estados da Amazônia (Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, e Tocantins) discutem estratégias e ações para o fortalecimento político e aumento do poder de negociação da região durante seminário que acontece nestas quinta e sexta-feiras (18 e 19), no Palacete Provincial – Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia) – Centro, sob o tema “Temos força para lutar”. Do encontro resultará um documento a ser amplamente divulgado para a sociedade e enviado a lideranças sociais, governantes, Justiça, Ministério Público, casas legislativas estaduais e bancadas de senadores e deputados federais dos estados amazônicos.
Segundo Carlos Lacerda, secretário de Relações Parlamentares da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e de Relações Institucionais da Força Sindical, o próprio seminário já se inclui entre as ações destinadas a aprimorar a organização dos trabalhadores da Amazônia. “Se não nos unirmos e tirarmos diretrizes conjuntas, baseadas em pontos de interesse da região, nossa capacidade de barganha será sempre mínima. Basta tomar como exemplo nossas bancadas federais. Isolada, qualquer bancada de um estado do Norte – até mesmo a do Pará, que é a maior, com 17 deputados – é facilmente esmagada por uma bancada como a paulista (70), a mineira (53) ou a carioca (46). Juntas, porém, nossas bancadas formam um bloco de 65 deputados, com poder de decidir qualquer votação na Câmara”, exemplifica.
Em termos sindicais, ele diz que as coisas não são diferentes. E cita os programas de qualificação e requalificação profissional como espelho de uma realidade que distancia os estados – e por conseqüência os trabalhadores da região – da maior parte dos recursos destinados a essas atividades: “O pouco que conseguimos significa quase nada diante do volume das verbas para programas de aprimoramento dos trabalhadores, as quais acabam sendo conquistadas por estados com entidades trabalhistas e patronais que atuam em bloco e de forma coordenada com suas representações políticas.”
Mas não é só nas questões diretamente relacionadas ao trabalho e à formação profissional que os sindicalistas estão pensando. Para a Força Sindical, os trabalhadores têm que assumir o papel de protagonistas na construção da história do País daqui por diante, participando de discussões sobre temas mais abrangentes. Na Amazônia, listam nessa pauta questões como o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), que é a base da economia do Amazonas e contribui diretamente para o desenvolvimento socieconômico de outros quatro estados da região, a exploração mineral no Pará, e as hidrelétricas de Rondônia e do próprio Pará.
“A Suframa tem mais de R$ 600 milhões que deveriam estar financiando projetos de infraestrutura, sociais, educacionais e de desenvolvimento sustentável na Amazônia; o Pará poderia e deveria usufruir muito mais de suas riquezas minerais, deixando de exportar commodities para exportar minerais beneficiados industrialmente, com grande valor agregado; as hidrelétricas precisam ser discutidas sob outros aspectos que não apenas o da geração de energia, pois envolvem impactos ambientais profundos que precisam ser avaliados com clareza e devem gerar compensações justas para a sociedade”, argumenta Carlos Lacerda.(Fonte: Osmir Medeiros)



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